A urgência de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Garcia de Orta, em Almada, encerrou este fim de semana devido à falta de médicos, confirmou o Ministério da Saúde. O hospital era a única unidade da margem sul do Tejo que ainda garantia o atendimento nesta área, depois de as urgências do Hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, e do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, terem igualmente fechado portas
Com os três serviços inoperacionais, todas as grávidas e utentes que necessitem de cuidados especializados estão a ser encaminhadas para hospitais de Lisboa. Em comunicado enviado à agência Lusa, o ministério assegura que a Direção Executiva do SNS está a acompanhar a situação para garantir que as transferências decorram em segurança.
Segundo a tutela, o encerramento no Garcia de Orta ocorreu de forma inesperada, após a indisponibilidade dos médicos prestadores de serviços que habitualmente asseguram a escala. “Sem que nada o fizesse prever, e à última hora, os médicos prestadores manifestaram a sua indisponibilidade”, esclarece a nota.
O Hospital Garcia de Orta tem recorrido a uma combinação de médicos do quadro e profissionais externos para manter a urgência em funcionamento. Contudo, o ministério lembra que está em curso um processo de contratação de novos médicos para reforçar a Unidade Local de Saúde Almada/Seixal, e que alguns já foram integrados.
O Governo sublinha ainda que recentemente foi aprovada legislação para pôr fim ao que considera “injustiças” e “privilégios” de médicos tarefeiros, que recebiam remunerações superiores às dos colegas do SNS e escolhiam os turnos mais convenientes.
Apesar do cenário deste fim-de-semana, o Ministério da Saúde destaca que, em 2024, o funcionamento das urgências pediátricas, obstétricas e ginecológicas registou melhorias, com menos encerramentos face ao ano anterior.