O primeiro bloco de investimento do Projeto de Transição Justa da Endesa, referente à antiga central a carvão do Pego, entrou agora em fase de consulta pública. O processo, que diz respeito à Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) do Parque Eólico de Aranhas, estará disponível até 8 de agosto
A empresa espanhola Endesa anunciou que o projeto global para a reconversão da central a carvão do Pego, localizada em Abrantes, está atualmente em tramitação ambiental. Foi submetido à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) um total de quatro Estudos de Impacte Ambiental (EIA), correspondentes aos quatro blocos de investimento previstos. A consulta pública agora em curso refere-se especificamente ao Parque Eólico de Aranhas, que se situará nos concelhos de Abrantes e Chamusca.
Com uma capacidade prevista de até 244 MW e uma produção anual superior a 500 GWh, equivalente ao consumo de 350 mil pessoas, o Parque Eólico de Aranhas representará uma significativa contribuição para a energia renovável na região. O projeto inclui ainda a ligação ao Posto de Corte do Pego, evidenciando a sua importância estratégica na transição energética.
A Endesa revelou que os restantes três blocos do projeto também serão sujeitos a consulta pública nos próximos meses. A previsão é que o projeto global entre em operação em 2027, conforme o calendário estabelecido.
O plano da Endesa para a reconversão do Pego compreende a instalação de duas centrais eólicas, cinco centrais solares, e um sistema de armazenamento com baterias. O Estudo de Impacte Ambiental, disponível na plataforma participa.pt, detalha os impactos ambientais esperados e a localização das centrais, entre outros aspectos.
Após o encerramento da central térmica do Pego em novembro de 2021, a Endesa, através da sua filial Endesa Generación Portugal, venceu o concurso público de transição justa com um projeto que combina diversas fontes de energia renovável e uma grande bateria de armazenamento, além de iniciativas de desenvolvimento económico e social para a região.
A empresa sublinha o envolvimento das comunidades locais no desenvolvimento do plano, que inclui a “Escola Rural de Energia Sustentável”, iniciada em 2023 e já com mais de 300 alunos formados, e o projeto “Apadrinha uma Oliveira”, que gerou cinco postos de trabalho diretos e restaurou 2.500 oliveiras abandonadas.
O projeto de reconversão representa um investimento de 600 milhões de euros, prevê a reconversão profissional de 2.000 trabalhadores e a criação de 75 postos de trabalho diretos, priorizando a integração dos ex-trabalhadores da central a carvão.
A Endesa é a principal empresa elétrica da Espanha e a segunda maior na distribuição de gás em território espanhol.