Sábado,Outubro 11, 2025
21.2 C
Castelo Branco

- Publicidade -

Esquerda Livre apela à mobilização urgente da comunidade contra a Central Fotovoltaica da Beira, cuja Consulta Pública termina em menos de 24h – Contra o Extrativismo e em Defesa da Saúde e da Democracia Ambiental

A Coligação Esquerda Livre manifesta a sua oposição firme à Central Fotovoltaica da Beira (269 MWp) e à Linha Elétrica de 220 kV, atualmente em consulta pública até hoje, 9 de Outubro de 2025, no portal Participa.pt. Adicionalmente desafia os restantes partidos a posicionarem-se publicamente sobre este projeto: vão defender o nosso território, a saúde e a vida das populações — ou ceder aos interesses extrativistas que tratam o interior como zona de sacrifício?

Um projeto extrativista que ameaça a saúde e o território

O projeto em causa representa um modelo extrativista de exploração energética, que não beneficia as populações locais, não reduz as faturas da eletricidade e compromete gravemente a biodiversidade, a paisagem e a saúde pública.

A instalação de 425 600 módulos solares, ocupando mais de 520 hectares, e a construção de uma linha aérea de 33 quilómetros, ameaçam diretamente o Parque Natural do Tejo Internacional e as espécies que justificaram a sua criação — entre as quais o abutre-preto, a águia-imperial-ibérica, o sisão e a cegonha-preta, classificadas como Criticamente em Perigo e Em Perigo.

Estima-se que mais de 7 000 aves selvagens poderão morrer por ano devido à linha de alta tensão.

Serão ainda destruídos sete habitats prioritários de conservação, previstos na Diretiva Habitats, incluindo Montados de Sobreiros e Azinheiras, Matos termomediterrânicos pré-desérticos e Florestas-galeria de salgueiros e amieiros, afetando áreas da Reserva Ecológica Nacional (REN). — cerca de 3.700 hectares em Castelo Branco e 55 hectares em Idanha-a-Nova.

Sem Avaliação de Impacto em Saúde

Apesar da dimensão do projeto e da sua proximidade a zonas habitadas, não foi apresentada qualquer Avaliação de Impacto em Saúde (HIA).

Trata-se de uma região envelhecida, com alta prevalência de doenças crónicas e habitações que já sobreaquecem no verão.

Ignorar o impacto térmico, o ruído, as poeiras e as alterações microclimáticas é violar o princípio da precaução e colocar vidas humanas em risco.

O interior não é território de sacrifício

A Esquerda Livre considera este empreendimento mais um exemplo de “capitalismo verde”, que transforma o interior do país num território de sacrifício, ignorando as pessoas e as comunidades.

Defendemos uma transição energética justa, baseada em projetos solares descentralizados, cooperativos e de pequena escala, instalados em áreas urbanas e edifícios públicos, geridos localmente e com retorno direto para as comunidades.

Apelo à participação pública

A Coligação apela à participação informada de todas as pessoas e entidades na Consulta Pública em curso.

Até 9 de Outubro, é possível manifestar discordância ou apresentar reclamação no portal Participa.pt, selecionando as categorias “Reclamação” ou “Discordância”.

https://participa.pt/pt/consulta/central-fotovoltaica-da-beira-269-mwp-e-linha-eletrica-220kv-de-ligacao-a-resp

A consulta pública é um instrumento de democracia participativa, e a voz da população é essencial para travar este atentado ambiental e social.

Porque a energia deve servir as pessoas e não o lucro.

Porque a saúde humana e ecológica têm de estar em primeiro lugar.

E porque a democracia se faz participando — não assobiando para o lado.

- Publicidade -

Não perca esta e outras novidades! Subscreva a nossa newsletter e receba as notícias mais importantes da semana, nacionais e internacionais, diretamente no seu email. Fique sempre informado!

Partilhe nas redes sociais:

Destaques

- Publicidade -

Artigos do autor