As taxas Euribor, referência essencial no cálculo das prestações do crédito à habitação em Portugal, registaram esta quarta-feira um novo agravamento nos prazos a três e seis meses. Em contraste, a taxa a 12 meses apresentou uma ligeira descida.
A Euribor a seis meses subiu para 2,100%, mais 0,002 pontos percentuais face à sessão anterior. Já a taxa a três meses avançou para 2,036%, mais 0,007 pontos do que na terça-feira, mantendo-se acima da marca dos 2% pela quinta sessão consecutiva. Por outro lado, no prazo mais longo, a Euribor a 12 meses recuou para 2,136%, menos 0,006 pontos percentuais.
Este comportamento das taxas ocorre numa altura em que o Banco Central Europeu (BCE) optou por manter inalteradas as taxas diretoras na sua última reunião de política monetária, realizada a 24 de julho. A decisão alinhou-se com as expectativas dos mercados, após o BCE ter promovido oito cortes sucessivos desde o início do atual ciclo de flexibilização monetária em junho de 2024.
Apesar da pausa, as projeções dos analistas dividem-se. Alguns antecipam uma manutenção prolongada das taxas diretoras até ao final do ano. Outros, no entanto, admitem a possibilidade de um novo corte de 25 pontos base já na próxima reunião do BCE, agendada para os dias 10 e 11 de setembro, em Frankfurt.
Em julho, as médias mensais das Euribor inverteram a tendência de queda observada nos meses anteriores, ao registarem subidas nos dois prazos mais curtos. A variação foi mais expressiva na Euribor a seis meses, refletindo uma maior sensibilidade dos mercados às incertezas quanto ao rumo da política monetária.
Recorde-se que as Euribor resultam da média das taxas às quais 19 bancos da Zona Euro se dispõem a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário. Estas taxas continuam a influenciar diretamente os encargos mensais de milhares de famílias portuguesas com crédito à habitação, num contexto em que cada ponto decimal pode representar um impacto relevante no orçamento doméstico.
Com o outono no horizonte e a próxima reunião do BCE já no calendário, as atenções voltam-se para Frankfurt, onde se definirá o próximo passo na política de juros da Zona Euro.
