Os principais líderes europeus declararam-se este sábado “prontos para trabalhar” com os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, com vista à realização de uma cimeira trilateral. A iniciativa procura relançar negociações diplomáticas para a paz na Ucrânia, após a cimeira no Alasca entre Trump e Vladimir Putin ter terminado sem qualquer acordo de cessar-fogo.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, e os chefes de governo do Reino Unido, Alemanha, Finlândia, Itália e Polónia emitiram um comunicado conjunto onde reforçam o seu compromisso com uma solução diplomática, mas deixam um recado direto a Moscovo: “A Rússia não tem poder de veto sobre a adesão da Ucrânia à União Europeia e à NATO.”
No mesmo comunicado, os líderes referem que “tal como previsto pelo Presidente Trump, o próximo passo deverá ser agora novas negociações, incluindo o Presidente Zelensky, com quem se irá reunir em breve”. Afirmam ainda que estão “prontos para trabalhar com o Presidente Trump e o Presidente Zelensky no sentido de uma cimeira trilateral com apoio europeu”.
Esta posição surge um dia após a realização da cimeira entre Trump e Putin no Alasca, que terminou sem avanços concretos para a resolução do conflito na Ucrânia. A ausência de um acordo de cessar-fogo deixou a comunidade internacional em alerta e aumentou a pressão sobre os parceiros ocidentais para agirem em conjunto.
A União Europeia sublinha a importância de manter a unidade transatlântica e de garantir o apoio político e militar à Ucrânia, ao mesmo tempo que promove uma via diplomática para o fim da guerra. A insistência numa cimeira trilateral com envolvimento europeu sinaliza uma tentativa clara de reafirmar o papel da Europa como ator central na estabilidade do continente.
Entretanto, o Kremlin ainda não reagiu oficialmente à proposta de cimeira trilateral nem aos comentários dos líderes europeus sobre o poder de decisão de Moscovo em relação à integração euro-atlântica da Ucrânia.
A proposta marca mais um passo no esforço ocidental para isolar a Rússia diplomaticamente, ao mesmo tempo que reforça a legitimidade internacional da Ucrânia nas suas aspirações de adesão plena às estruturas euro-atlânticas.
Resta agora saber se Trump e Zelensky aceitarão o formato sugerido por Bruxelas e quais serão os termos colocados em cima da mesa para um eventual reinício das negociações.