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EXCLUSIVO: Revolta no Qatar contra Embaixada de Portugal

Paulo Neves Pocinho, Embaixador de Portugal em Doha, Qatar, já tem as orelhas a arder. A comunidade portuguesa no emirado recentemente atacado pelo Irão não avisou do ataque, não contactou a comunidade emigrante lusitana nem tampouco atendeu a todas as mensagens de pedido de socorro e informação na madrugada do ataque. OREGIÕES sabe que, neste momento, dezenas de portugueses naquele país organizam um abaixo-assinado contra o embaixador, a Embaixada e os serviços consulares, queixando-se veementemente de abandono e falta de organização.

Contactada pelo nosso jornal, Ângela Vicente, residente no Qatar há nove anos e professora, desabafa: «As tentativas de contactar a Embaixada foram em vão. Não recebemos qualquer aviso prévio, mensagem de tranquilização ou preocupação e, posteriormente, um contacto com o cuidado que é normal». Irritada e desiludida, Ângela Vicente não tem dúvidas ao afirmar que a representação de Portugal no Qatar «funciona de forma lenta e nem sempre eficaz». E exemplifica: «As pessoas tentam comunicar e, simplesmente, não atendem os telefones. Só conseguimos enviar mensagens por correio electrónico para fazer agendamentos de reunião» – o que, numa situação de emergência, se torna incomportável e desesperante para os nossos emigrantes.

OREGIÕES está desde esta terça-feira a ligar para os quatro números telefónicos da Embaixada e também para os contactos consulares, mas tem ouvido incessantemente o mesmo sinal: chama, chama, mas ninguém atende. Esta quarta-feira o governo do emirado mandou fechar as escolas e alguns serviços mais sensíveis. Mas nem nesse dia os nossos repórteres tiveram sucesso no contacto com os serviços diplomáticos portugueses no Qatar, para os números 974 4486 4691 (Chancelaria), 974 4038 5670 (Secção Consular), 974 4415 4746 (Chancelaria) e 974 3363 9594 (Emergência).

O silêncio ensurdecedor só foi quebrado, segundo as informações já avançadas pel’OREGIOES, na madrugada do ataque, cerca das 00h20 locais (mais três horas do que em Lisboa), por Edgar Dias. O produtor de televisão disse ao nosso jornal que uma voz, desconhecida e que não se identificou, respondeu no número de emergência e disse: «Está tudo bem, não se preocupe com nada. Precisamos de ter calma», no preciso momento em que várias explosões ocorriam no céu da capital Doha.

Impassível, o sítio web da Embaixada, em [https://doha.embaixadaportugal.mne.gov.pt/pt/], exibe impávido a mais recente informação relevante para a equipa do embaixador Paulo Neves Pocinho. Abre-se a página e lê-se: «Eleição da Assembleia Legislativa da região autónoma da Madeira», como a mais recente informação aos emigrantes portugueses. As eleições insulares decorreram a 23 de Março deste ano…

Edgar Dias, no Qatar há 14 anos, contactado novamente pelo OREGIÕES, descreve a noite de terror com mais pormenor: «Esta terça-feira fizeram-se ouvir sirenes por toda a Doha, mas aqui em Wakra, uma pequena vila junto da capital, não se deu alarme algum – o que é estranho, uma vez Al Udeid é aqui muito perto de Al Bahya, a base dos EUA atacada, e que fazem parte ainda da “Freguesia”». Quanto à Embaixada portuguesa, Edgar volta a afirmar, já nesta manhã de quinta-feira: «Ainda não ouvimos nada nem recebemos contacto nenhum. Há um silêncio angustiante», corrobora Edgar Dias o depoimento de Ângela Vicente. Mas acrescenta: «Recebemos, sim, uma mensagem do governo Qatari para tranquilizar os cidadãos. Foi o primeiro contacto com algum humanismo que recebemos», recorda. «Segundo se sabe, mas em boca-a-boca, os destroços dos mísseis abatidos caíram na zona de Al Rayyan, um pouco distante da grande Doha e que também não recebeu alarmes de sirenes nem aviso prévio».

Edgar Dias remata, dizendo que, ainda esta quinta-feira, o ambiente na cidade é muito tenso. «Está a levantar-se um vendaval, a cada bater de porta. Trocam-se olhares, com medo de quem seja». É que, apesar do Qatar ter servido de mediador ao frágil e já violado cessar-fogo entre Israel e o Irão, as polícias desconfiam, com fundamento, que pode haver dezenas ou centenas de agentes secretos dos serviços secretos do Irão e de Israel, que tenham planos desconhecidos contra a população local ou estrangeira.

Como se disse, OREGIÕES tentou contactar a Embaixada portuguesa em Doha, sem sucesso, até ao fecho desta peça. Mas continuará a tentar e actualizaremos a informação assim que houver respostas.

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Joao Vasco Almeida
Joao Vasco Almeida
Editor Executivo. Jornalista 2554, autor de obras de ficção e humor, radialista, compositor, ‘blogger’,' vlogger' e produtor. Agricultor devido às sobreirinhas.

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