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Explosão de Alunos nas Escolas: Mais de 1,6 Milhões em Ensino Obrigatório, Mas Crescem os Chumbos no 2.º Ciclo

O número de alunos no ensino obrigatório em Portugal ultrapassou, pela primeira vez, os 1,6 milhões, de acordo com o relatório “Educação em Números 2025”, divulgado esta segunda-feira pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC). A tendência de crescimento, iniciada no ano letivo de 2021/2022, confirma o fim de um longo período de declínio demográfico nas escolas portuguesas.

Segundo o documento, em setembro de 2023, estavam matriculados 1.613.945 alunos desde o pré-escolar até ao ensino secundário. Este aumento traduziu-se na entrada de mais 10.132 crianças e jovens nas escolas do continente em comparação com o ano letivo anterior, especialmente no pré-escolar, 1.º e 3.º ciclos do ensino básico.

Este crescimento populacional reflete o fim do chamado “inverno demográfico”, caracterizado por uma redução contínua no número de nascimentos e, por consequência, de alunos. O relatório destaca a evolução positiva dos últimos anos, apontando para um sistema educativo a readaptar-se ao novo ciclo de aumento da procura.

Contudo, nem todos os indicadores seguem uma trajetória favorável. O mesmo relatório revela que aumentaram as taxas de retenção e desistência no 2.º ciclo do ensino básico. No conjunto dos 5.º e 6.º anos, mais de 7.600 crianças chumbaram ou abandonaram a escola, o que representa 3,9% do total de alunos desta faixa de ensino — acima dos 3,7% registados no ano anterior.

Já no ensino secundário, os dados são ligeiramente mais encorajadores. As taxas de retenção e desistência desceram de 9,8% para 9,6% a nível nacional. Ainda assim, nota-se uma diferença significativa entre o ensino público e o privado. Enquanto nas escolas privadas a taxa se situa nos 15,2%, nas públicas atinge os 18,3%.

Outro dado relevante prende-se com o crescimento sustentado do número de jovens a concluir o ensino secundário. Desde o início do século, o número de finalistas praticamente duplicou, passando de 65.395 em 2000/2001 para 111.637 há dois anos.

A taxa de pré-escolarização também registou progressos, situando-se atualmente nos 94,5%. Apesar disso, muitas famílias continuam a enfrentar dificuldades na obtenção de vagas, sobretudo em zonas como Setúbal (83,5%) e Lisboa (89%). As crianças de três anos são as menos representadas no sistema, com uma taxa de frequência de apenas 83,8%.

Em resposta à escassez de oferta no setor público, quase metade das famílias acaba por recorrer ao ensino privado no pré-escolar, embora a maioria opte por manter os filhos no ensino público até à conclusão da escolaridade obrigatória. Apenas 21% dos alunos frequentam escolas privadas, uma média que sobe para 46% no caso do pré-escolar.
A infraestrutura educativa nacional conta atualmente com cerca de oito mil estabelecimentos de ensino, públicos e privados. Estes mobilizam quase 150 mil professores, metade dos quais trabalha no 3.º ciclo e no ensino secundário, e mais de 155 mil funcionários não docentes.

Com mais alunos nas salas de aula, o sistema educativo enfrenta agora o desafio de garantir qualidade e equidade, tanto no acesso como nos resultados. O crescimento da população escolar exige uma resposta clara ao nível de recursos, estratégias pedagógicas e combate ao insucesso, sobretudo nos anos críticos de transição entre ciclos.

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