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Feira do Pão regressa aos Moinhos da Portela

A Feira do Pão realiza-se este domingo, 13 de abril, nos Moinhos da Portela de Oliveira, em Penacova, entre as 15h00 e as 18h00. O evento integra as comemorações do Dia Nacional dos Moinhos e tem entrada gratuita. Decorre ao ar livre, no cenário singular dos Moinhos da Portela de Oliveira, e promete uma tarde centrada na valorização do património imaterial ligado ao fabrico artesanal do pão, da moagem à cozedura.

Organizada no âmbito do Dia Nacional dos Moinhos, a iniciativa visa aproximar a população das práticas ancestrais de produção do pão.

A autarquia de Penacova, promotora do evento em parceria com a Rede Portuguesa de Moinhos, sublinha a importância de “preservar e transmitir às gerações mais novas os gestos e saberes que moldaram a vida rural durante séculos”, afirmou em comunicado o presidente da Câmara Municipal, Álvaro Coimbra.

Durante o evento, será possível acompanhar todas as etapas do ciclo tradicional do pão, desde a moagem da farinha à cozedura em forno a lenha. Os visitantes terão oportunidade de participar ativamente nas demonstrações, conversar com padeiras locais e ouvir testemunhos de antigos moleiros, numa partilha intergeracional de experiências. A iniciativa assume também uma vertente pedagógica e comunitária, promovendo o envolvimento das escolas e associações locais.

Grupos escolares da região foram convidados a desenvolver atividades relacionadas com a cultura do pão, e vários artesãos e produtores estarão presentes com bancas de produtos regionais, numa mostra de sabores da terra.

Este tipo de evento insere-se numa estratégia mais ampla de valorização dos recursos endógenos e da memória coletiva do concelho.

O Dia Nacional dos Moinhos é assinalado a nível nacional desde 2007, com a participação de dezenas de localidades. Coordenado pela Rede Portuguesa de Moinhos e pela TIMS (The International Molinological Society), este dia pretende sensibilizar o público para a importância do património molinológico, muitas vezes votado ao abandono.

Em Penacova, os moinhos da Portela de Oliveira são um dos raros conjuntos ainda em funcionamento esporádico, graças a esforços de conservação promovidos nas últimas duas décadas.

A Câmara Municipal tem investido na sua reabilitação, criando condições para visitas regulares e integrando os moinhos em roteiros turísticos temáticos.

Com entrada gratuita e ambiente familiar, a Feira do Pão espera atrair dezenas de visitantes, tanto locais como vindos de outras regiões. A autarquia apela à participação de todos, destacando que “preservar a tradição é uma forma de projetar o futuro com raízes sólidas”.

Num tempo em que o ritmo urbano tende a apagar os rituais do campo, a Feira do Pão propõe uma pausa para escutar a memória dos grãos e dos gestos.

Entre o cheiro do pão quente e o ranger das mós, reencontram-se histórias de comunidade, resistência e partilha.

Para mais informações, os interessados podem consultar a agenda cultural do Município de Penacova em www.cm-penacova.pt ou contactar diretamente o posto de turismo local.

O Pão

A origem do pão remonta a períodos muito anteriores ao desenvolvimento da agricultura, com evidências arqueológicas de **pães primitivos fabricados há cerca de 14.400 anos** por caçadores-coletores natufianos no nordeste da Jordânia, que utilizavam grãos silvestres moídos em pedras. Contudo, a produção sistemática associou-se à **Mesopotâmia há cerca de 12 mil anos**, onde se iniciou o cultivo do trigo e elaboravam-se pães achatados e amargos, cozidos sobre pedras ou cinzas. O **Egipto revolucionou a panificação** por volta de 4000 a.C., introduzindo o uso de fornos de barro e a fermentação natural, técnicas que conferiram leveza e sabor, tornando o pão um elemento central na dieta e até moeda de troca. Os gregos e romanos difundiram essas práticas pela Europa, onde, após um declínio durante a Idade Média, a França destacou-se no século XVII com técnicas refinadas. Em Portugal, a tradição panificadora herdou influências romanas, evoluindo para variedades regionais distintas. O **pão francês brasileiro**, adaptado no século XX com açúcar e gordura, ilustra como este alimento transcendeu culturas, mantendo-se um símbolo universal de sustento.

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