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Fenprof Acusa Governo de Manipular Dados sobre Alunos sem Professores

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) criticou duramente o Governo, acusando-o de manipular dados sobre os alunos sem aulas para apresentar uma redução irrealista do problema. Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, classificou a postura do Ministério da Educação como uma tentativa de “comparar alhos com bugalhos”, apontando para uma discrepância metodológica nos números divulgados

Nogueira afirmou que o ministro da Educação, Ciência e Inovação, João Montenegro, está a misturar dois universos distintos ao comparar o número de alunos sem professores desde o início do ano com os que se encontram nessa situação num momento específico. “O que ele faz é combinar dados de contextos diferentes para justificar que atingiu o objetivo”, sublinhou, durante uma conferência de imprensa em Coimbra.

Governo mantém redução de 90% como bandeira

O Governo afirma ter conseguido uma redução de 89% no número de alunos sem aulas, um dado apresentado pelo ministro na passada sexta-feira. Segundo Montenegro, a 20 de novembro deste ano havia apenas 2.338 alunos sem professores em alguma disciplina, em comparação com os 20.887 registados ao longo do primeiro período letivo do ano passado.

Apesar de reconhecer que os números apresentados pelo Ministério podem estar corretos, Nogueira alertou para a manipulação subjacente. “O Governo tinha como meta reduzir 90% dos alunos sem aulas ao longo do primeiro período, mas nunca foi dito que isso seria alcançado com comparações entre anos diferentes”, destacou.

Fenprof insiste em professores para todos

A Fenprof estima que mais de 20 mil alunos ainda não têm todos os seus professores atribuídos, sendo que o próprio ministro admitiu, na mesma conferência, que o número supera os 41 mil neste momento. “Estes dados mostram que o problema continua grave e que as metas anunciadas pelo Governo são ilusórias”, afirmou Nogueira, reforçando que a prioridade deve ser garantir professores para todos os alunos.

A conferência de imprensa serviu também para recordar compromissos governamentais. Nogueira leu um comunicado de junho de 2024, publicado no site oficial do Governo, onde estava previsto que, até ao final do primeiro período letivo, seria alcançada uma redução de 90% no número de alunos sem aulas e que, até ao final do ano letivo, todos os alunos teriam as suas disciplinas asseguradas.

Valorização da carreira docente é prioridade

O líder da Fenprof voltou a exigir medidas urgentes para valorizar a carreira docente, criticando a estratégia do Governo de adiar reformas para 2027. “É preciso negociar já, nos próximos meses”, insistiu Nogueira, lembrando que a Fenprof tem uma reunião agendada com o Ministério da Educação no dia 13 de dezembro.

O plano governamental ‘+Aulas +Sucesso’ continua a ser alvo de fortes críticas por parte dos sindicatos, que acusam o Governo de promessas vazias e de encobrir a verdadeira dimensão da falta de professores nas escolas públicas.

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