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Fim de uma Era: Tribunal Declara Insolvência da Associação Comercial do Distrito de Évora, com Quase 135 Anos de História

O Tribunal Judicial da Comarca de Évora declarou insolvente a Associação Comercial do Distrito de Évora (ACDE), fundada a 20 de julho de 1890, pondo termo a quase 135 anos de atividade em prol dos comerciantes da região. A decisão judicial, datada da passada sexta-feira, foi divulgada esta segunda-feira através de edital publicado no portal Citius, consultado pela agência Lusa.

O pedido de insolvência partiu da própria associação, motivado por dificuldades financeiras prolongadas e sem resolução à vista. Segundo a informação oficial, o tribunal nomeou Sandro de Oliveira Martins como administrador de insolvência e definiu um prazo de 30 dias para a reclamação de créditos.

Entre os credores identificados constam dois bancos, uma ex-funcionária, o Instituto da Segurança Social e a Agência para o Desenvolvimento e Coesão. O crédito de maior montante, cerca de 500 mil euros, pertence ao Millennium BCP.

Contactada pela Lusa, Sandra Dourado, presidente da comissão administrativa da ACDE — criada após a demissão da última direção eleita no início do ano —, confirmou que a decisão de avançar com o processo de insolvência foi tomada em assembleia-geral. Explicou que as receitas da associação já não cobriam as despesas, em parte devido à redução drástica do número de associados e à ausência de projetos ativos.

Segundo a dirigente, a crise foi agravada pelos efeitos da pandemia de covid-19, que inviabilizou a continuidade de projetos em curso e obrigou à devolução de apoios públicos já atribuídos. Nos últimos meses, a associação tentou sem sucesso vender o edifício da sua sede, localizado na emblemática Praça do Giraldo, em Évora. A venda permitiria liquidar as dívidas mais urgentes e evitar o colapso financeiro. O imóvel continua no mercado, com um preço pedido de 1,3 milhões de euros.

Perante o cenário atual, Sandra Dourado não alimenta ilusões quanto ao futuro da associação: “Não, é o fim da associação comercial”, declarou, de forma categórica.
A responsável apontou ainda para a transformação profunda do tecido comercial da cidade, marcada pelo crescimento de grandes cadeias e pelo envelhecimento do comércio tradicional, que reduziu drasticamente a relevância e a procura pelos serviços prestados pela ACDE. Sublinhou também a existência de outras entidades no distrito que passaram a oferecer serviços semelhantes, esvaziando a utilidade da associação.

A ACDE, que chegou a contar com cerca de mil associados nos setores do comércio, turismo e serviços, foi declarada Instituição de Utilidade Pública em 2001, graças ao seu papel ativo na defesa dos interesses dos comerciantes da região. O encerramento desta histórica entidade representa o fim de um ciclo e um marco simbólico na evolução do comércio em Évora e no Alentejo.

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