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Físicos descobrem novo estado da matéria quântica resistente à radiação

Um grupo de físicos da Universidade da Califórnia, Irvine (UC Irvine), nos Estados Unidos, anunciou a descoberta de um novo estado da matéria quântica, com propriedades que podem revolucionar áreas como a computação e as viagens espaciais. O estudo foi publicado na prestigiada revista Physical Review Letters

Segundo os investigadores, trata-se de um estado de matéria completamente novo, comparável às diferentes fases em que a água pode existir — líquido, gelo ou vapor. A descoberta representa a primeira vez que esse estado, anteriormente apenas teórico, foi observado e medido em laboratório.

“É um novo estado da matéria”, explicou o professor Luis A. Jauregui, líder da investigação. “Se pudéssemos segurá-lo nas mãos, ele brilharia uma luz intensa e de alta frequência.”

Foto: Steve Zylius / UC Irvine – Novo estado da matéria só existe no laboratório do pesquisador Luis Jauregui, na UC Irvine, nos Estados Unidos

Uma matéria exótica e promissora

O novo estado quântico surge a partir de um material sintético criado em laboratório, composto por elétrons e lacunas que se emparelham para formar estruturas chamadas êxitos — partículas exóticas que não se comportam como a matéria convencional. A substância foi desenvolvida por Jinyu Liu, investigador de pós-doutoramento da UC Irvine e coautor do estudo.

A transformação do material em um novo estado foi induzida ao aplicar um campo magnético extremamente intenso — até 70 Teslas, valor muito superior ao campo de um ímã de geladeira, que gira em torno de 0,1 Teslas. Ao atingir essa intensidade, os investigadores notaram que a capacidade do material de conduzir eletricidade desapareceu repentinamente, sinalizando a transição para esse novo estado da matéria.

Tecnologia quântica e espaço profundo

A descoberta abre portas para o desenvolvimento de tecnologias baseadas no spin magnético, uma propriedade das partículas subatômicas que pode ser usada para transmitir sinais sem depender da carga elétrica tradicional. Isso significa dispositivos mais eficientes em termos de energia, com potenciais aplicações em eletrónica quântica e computação de alto desempenho.

Mas o fator que mais entusiasma os cientistas é a resistência do novo material à radiação — um problema crítico para eletrónicos usados no espaço.

“Se você quer computadores no espaço que durem, essa é uma maneira de fazer isso acontecer”, afirmou Jauregui.

Em ambientes como Marte ou o espaço profundo, onde a radiação cósmica é intensa e constante, essa nova matéria pode permitir o funcionamento estável de sistemas computacionais durante longas missões tripuladas, representando um avanço estratégico para a exploração espacial.

Rumo a uma nova era da ciência

A descoberta é considerada um marco na física moderna e poderá acelerar pesquisas em materiais quânticos, energia limpa, inteligência artificial, e astrofísica aplicada. Embora ainda em estágio inicial, os próximos passos incluem a replicação do material em larga escala e a sua integração experimental em dispositivos eletrónicos.

Para a comunidade científica, esta descoberta comprova que o mundo quântico ainda guarda segredos fascinantes com impactos concretos na vida futura da humanidade — tanto na Terra quanto além dela.

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