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Guterres apela a cessar-fogo imediato após declaração de fome em Gaza

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, reiterou hoje a necessidade de um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, após a declaração oficial de fome em parte do território palestiniano, alertando para a urgência de ajuda humanitária sem restrições.

Guterres exigiu «a libertação imediata de todos os reféns» detidos em Gaza e sublinhou que a situação não pode continuar impune, citou a agência France-Presse (AFP). A declaração surge após o Índice de Privação Crítica (IPC) anunciar fome em Gaza, a primeira vez que tal ocorre no Médio Oriente, prevendo-se que se estenda até às províncias de Deir el-Balah e Khan Yunis até ao final de setembro.

Meio milhão de pessoas em risco catastrófico

Especialistas alertam que cerca de 500.000 habitantes enfrentam uma situação catastrófica, resultado de meses de ofensiva militar israelita iniciada em outubro de 2023. Volker Turk, chefe de direitos humanos da ONU, afirmou que «matar pessoas à fome para fins militares é um crime de guerra».

Israel rejeitou a avaliação do IPC, acusando a agência de basear-se em «mentiras do Hamas» e de ignorar informações fornecidas pelos militares. Contudo, organizações humanitárias denunciam que restrições à entrada de alimentos e à ajuda humanitária, aliadas à ofensiva, elevam os níveis de fome, sobretudo entre crianças.

ONU alerta para responsabilidade de Israel

Tom Fletcher, coordenador de assuntos humanitários da ONU, destacou em Genebra que a fome em Gaza «podia ter sido evitada» sem «a obstrução sistemática de Israel». A intensificação da guerra, com planos militares para conquistar a cidade de Gaza e outros bastiões do Hamas, deverá agravar a crise alimentar, advertem especialistas.

A província de Gaza cobre cerca de 20 por cento do território da faixa costeira, enquanto Khan Yunis e Deir el-Balah representam 29,5 e 16 por cento, respetivamente. A fome poderá afetar até dois terços da área total, onde residem mais de dois milhões de palestinianos.

Escalada de mortes e deslocações

O conflito provocou deslocações maciças e restrições de abastecimento, agravando a privação alimentar. Segundo o IPC, mais de meio milhão de pessoas enfrentam fome extrema, com previsão de aumento para 641.000 até setembro. O índice considera uma situação de fome quando pelo menos 20 por cento dos lares enfrentam escassez extrema de alimentos, 30 por cento das crianças com menos de cinco anos sofrem de desnutrição aguda e duas pessoas em cada 10.000 morrem de fome diariamente.

Desde o ataque do Hamas a Israel, em outubro de 2023, que matou cerca de 1.200 pessoas e raptou 250 reféns, a ofensiva israelita resultou em mais de 62.190 mortos em Gaza, em grande maioria civis, segundo o Ministério da Saúde local, números considerados fiáveis pela ONU.

A situação humanitária e militar na Faixa de Gaza continua a deteriorar-se rapidamente, enquanto a comunidade internacional enfrenta pressão crescente para garantir acesso humanitário imediato e impedir que a fome se alastre a outros setores da população.

 

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