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Fome por seca multiplica mortes na província angolana do Cuando Cubango

“As pessoas estão com a fome, uma fome fora do comum. Cuando Cubango tem fome, deve ser dita e essa fome está a matar pessoas”, alerta pastor evangélico.

A fome e a seca agravam-se na província do Cuando Cubango, leste de Angola, e já provocaram, em uma semana, a morte de dezanove pessoas nos municípios de Rivungo e Mavinga.

Entretanto, há relatos de várias pessoas a morrem na caça de alimentos e outros correm o risco de perder a vida, devido à penúria alimentar.

Um pastor da Igreja Evangélica de Angola, que trabalha com as comunidades do Cuando Cubango, Geremias Gaspar, diz que a seca no interior da província já atingiu níveis gritantes, onde milhares de pessoas percorrem longas distancias a procura de comida nos contentores de lixo.

“Cuando Cubango passa por uma situação de fome gritante. As pessoas estão a morrer, claro, essas mortes algumas delas no contexto local. A emergência sobre a seca tinha que ser declarada. Também olhando para próprias culturas sazonais, sabemos que há culturas se não forem semeadas na devida altura e passar um tempo ou então, uma vez cultivado calhar com seca e, sobretudo, momento de florir é difícil à produção”, lamentou o entrevistado.

Para Geremias Gaspar, os nativos no interior do Cuando Cubango estão com fome, resultado da seca severa que já provocou a morte de dezassete pessoas nos municípios do Rivungo e Mavinga.

O sacerdote afirma que, face à situação, muitas famílias alimentam-se tubérculos e frutos silvestres, que não têm sido suficientes para minimizar a crise da fome.

“As pessoas estão com fome, uma fome fora do comum. Cuando Cubango tem fome deve ser dita e essa fome está a matar pessoas. Temos a informação de dezasseis pessoas que morreram no Rivungo e recebemos mais uma comunicação, que nos constam a morte de três pessoas, no Mavinga. Uns morrem com desnutrição…outros morrem na caça dos alimentos”, revelou.

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Francisco Paulo
Francisco Paulo
Jornalista desde 2009, começando a carreira jornalística no extinto semanário “O Desperte”. Passando por diferentes redações em Angola, como a Rádio Despertar, TV Palanca (PTV), Semanários Angolense, A Capital e O Crime.

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