Oficiais generais das Forças Armadas Angolanas (FAA), de comissários da Policia Nacional (PNA) e de figuras ligadas ao governo são apontados de estarem envolvidos numa alegada rede de contrabando de combustível. A denúncia é da Casa de Segurança da Presidência angolana.
As províncias do Zaire e Cabinda, no norte de Angola, lideram a lista de contrabando de combustíveis. Francisco Pereira Furtado, ministro de Estado e chefe da Casa Militar da Presidência da República, diz que o fenómeno passou a ser um problema de segurança nacional, que tem provocado estragos a economia angolana
“A província do Zaire no seu todo representa 52, 4% do contrabando do combustível registada nas fronteiras do país. A seguir a ela está a província de Cabinda 27%. Significa dizer que só nesta região norte, a província do Zaire e Cabinda passa cerca de 80% de contrabando de combustível e o volume que se recolhe oficialmente pelas forças da ordem mensalmente aqui na província do Zaire está a rondar entre 600 a 700 milímetros de combustível mês e, isto, cria situações graves não só para economia nacional como também para própria segurança do país”, lamentou o governante.
O general revelou que a rede é liderada por governantes, oficiais generais das Forças Armadas Angolas (FAA) e comissários da Policia Nacional (PNA), bem como as autoridades tradicionais.
“Estão identificados alguns casos. Existem o envolvimento, logicamente, já se determinou, há um trabalho já feito, desde governantes, antigos governantes, oficiais generais, oficiais comissários, oficiais de outros níveis, autoridades tradicionais, autoridades administrativas municipais e provinciais e se vai da autonomia ao governo da província, para que ela também possa exercer dignamente o seu trabalho”, acusou antigo chefe do Estado maior general das Forças Armadas Angolanas.
Francisco Pereira Furtado garante que as figuras já identificadas vão responder criminalmente e despedidas da função pública.
“Vai acontecer o mesmo, que aconteceu com as pessoas que foram identificadas que estavam envolvidas no garimpo de diamantes em que mais pessoas que forma notificadas, muitos até que eram das forças armadas e da polícia perderam os seus cargos, postos e estão a ser julgados pelos tribunais”, advertiu o general.
Recentemente, o governador da província angolana do Zaire, Adriano Mendes de Carvalho, solicitou o apoio ao Presidente João Lourenço, para resolver o problema do contrabando, sobretudo de combustível, alegando que é um fenómeno que tem condicionado o desenvolvimento da região.