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Governo Angolano Justifica Expulsão da RTP do Palácio Presidencial com “Notícias Tendenciosas”

O Governo de Angola decidiu, esta sexta-feira, pôr fim ao acesso privilegiado da RTP ao Palácio Presidencial, alegando a veiculação de “notícias tendenciosas” pela estação de televisão portuguesa. A decisão surge após a expulsão de uma equipa da RTP, na terça-feira, durante um evento oficial que envolveu o Presidente da República, João Lourenço, e o líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, acusando a televisão portuguesa de vitimização.

Em comunicado oficial publicado na sua página de Facebook, a Presidência angolana explicou que, apesar de a RTP ter acompanhado as atividades do Governo ao longo dos anos, o seu acesso ao Palácio Presidencial foi retirado devido ao teor das notícias que a estação tem veiculado, consideradas tendenciosas. A nota sublinhou ainda que a RTP foi devidamente notificada, a 15 de abril de 2025, sobre a cessação da sua presença nos eventos no Palácio, uma decisão que a estação ignorou, levando à expulsão da sua equipa no momento em que tentou aceder ao local, mesmo sem estar na lista de órgãos autorizados.

A Presidência angolana reiterou que nenhum jornalista ou meio de comunicação angolano tem permissão para aceder ao Palácio sem credenciamento, questionando a “campanha de vitimização” gerada em torno do incidente. Acrescentou ainda que tal comportamento não favorece os laços de amizade e cooperação entre Angola e Portugal.

O caso gerou uma reação veemente do Governo português, que lamentou profundamente a situação. Numa nota enviada à agência Lusa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros expressou o seu desagrado pela ação contra a RTP, reforçando o compromisso de Portugal com a liberdade de imprensa e indicando que a posição será transmitida às autoridades angolanas por canais diplomáticos apropriados.

A RTP também manifestou o seu repúdio pela expulsão da sua equipa, considerando a medida um “atentado à liberdade de imprensa”. A estação portuguesa sublinhou que os jornalistas estavam devidamente credenciados e que foram vítimas de uma ação discriminatória, já que outros jornalistas puderam permanecer no evento. Além disso, a RTP revelou que foi excluída do grupo de comunicação oficial do Centro de Imprensa da Presidência, prejudicando o seu acesso à agenda institucional. A televisão portuguesa reafirmou a sua solidariedade com os seus profissionais, que foram alvo da decisão.
A situação gerou ainda indignação nos sindicatos dos jornalistas de Portugal e Angola. O Sindicato dos Jornalistas Angolanos exigiu um pedido de desculpas e o regresso do acesso da RTP ao Palácio Presidencial, considerando a atitude das autoridades angolanas uma violação dos direitos fundamentais à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa.

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