Marcelo Rebelo de Sousa vai formalizar a demissão do Governo a 7 de Dezembro ao fim do dia, depois da reunião do Concelho de Ministros de quinta-feira. O Presidente justifica calendário com necessidade de finalizar processo de aprovação do Orçamento, fundamental para garantir continuidade de entrega de tranches do Plano de Recuperação e Resiliência.

O Presidente da República avançou este sábado que a demissão formal do Governo vai ocorrer na próxima quinta-feira, dia 7 de Dezembro. “Prolonguei um bocadinho mais para terminar algumas votações referentes ao PRR”, explicou Marcelo Rebelo de Sousa, que confirmou ainda que a dissolução do Parlamento ocorrerá a 15 de janeiro – de modo a, entre outras coisas, precaver a possibilidade de um veto ao estatuto das ordens profissionais.
“Depois de votado o Orçamento, começa a redação do mesmo, que se prolongará até ao Natal… espero que não chegue ao fim do ano”; disse Marcelo Rebelo de Sousa. O Presidente revelou ainda que já promulgou os estatutos de “oito ou nove” ordens profissionais e admitiu que poderá chumbar “outras tantas” – e desse modo quer dar tempo ao Parlamento para reagir a esses vetos. “Serei muito aberto e generoso em relação ao Governo de gestão”, afirmou o Presidente, referindo várias vezes o PRR.
Nova pobreza
Marcelo Rebelo de Sousa realizou estas afirmações durante a visita ao Banco Alimentar contra a Fome, onde se mostrou preocupado com o número crescente de portugueses que trabalham e não conseguem sair da situação de pobreza.
“Temos de crescer mais do que estamos a crescer e distribuir melhor aquilo que é a riqueza criada… Esta campanha dirige-se a meio milhão de pessoas”, revelou o Presidente. “Há uma pobreza nova, é verdade, mas diria que a pobreza mais chocante é a de crianças e idosos, é aí que está a grande fixa da pobreza.”
Até este domingo, cerca de 40 mil voluntários vão estar a recolher alimentos nos hipermercados do país. É mais uma campanha do Banco Alimentar Contra a Fome, numa altura em que aumentaram os pedidos das famílias com filhos.
A campanha decorre em todo o país sob o mote “A sua ajuda pode ser o que falta à mesa de uma família” e durante os três dias os voluntários vão estar em mais de duas mil superfícies comerciais a recolher os bens que forem doados, segundo um comunicado da instituição.