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Governo faz mais um saneamento político

A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, substituiu o diretor nacional da PSP, José Barros Correia, que ocupava o cargo desde setembro de 2023 pelo superintendente Luís Carrilho, atual comandante da Unidade Especial de Polícia (UEP). No que já é considerado o terceiro saneamento político do executivo de Luís Montenegro

Ainda sem explicar se houve ou não saneamento político nos casos da administração do SNS e na Santa Casa da Misericórdia, o Governo de Luís Montenegro, através da ministra da Administração Interna, demitiu o director nacional da PSP, com a desculpa de pretender criar uma “nova equipa, novos projetos” e “trazer um outro impulso” à PSP.

Esta é a segunda exoneração no espaço de uma semana, depois da demissão de Ana Jorge de provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Em reação, Luís Montenegro recusou qualquer “saneamento político” do novo Governo. Dias antes o CEO do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, apresentou a demissão do cargo – tal como os membros da sua equipa – por um diferendo com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

Apesar de considerarem que houve “saneamento político”, os diferentes sindicatos da PSP acham que Luís Carrilho tem o perfil adequado para se “conseguir um redimensionamento do dispositivo da PSP, em termos operacionais, principalmente pela necessidade de reforçar o policiamento de proximidade, reforçar a segurança nos centros urbanos e planear investimento real em equipamentos e instalações”.

O presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia e porta-voz da Plataforma de Sindicatos de Policias, que se encontra “extremamente surpreendido” com a exoneração do diretor nacional da PSP, lembra que, nos poucos meses no cargo, o superintendente-chefe José Barros Correia demonstrou estar “verdadeiramente preocupado com os polícias”, lembrando que o superintendente-chefe José Barros Correia estava “em funções há pouco mais de oito meses”, destacando que se encontrava “no início da sua comissão”.

Sobre os motivos para a exoneração de José Barros Correia, que estava no cargo desde setembro do ano passado, o líder do Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia, que não afasta a possibilidade de se estar a assistir a mais um saneamento político, referiu que cabe aos sindicatos, aos deputados e aos jornalistas questionar a decisão tomada pela ministra da Administração Interna, Margarida Blasco.

Também em reação a esta decisão, o presidente do Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP/PSP), Paulo Macedo, considerou o momento da substituição “pouco adequado”, não só devido às negociações em curso sobre o suplemento de missão, como na véspera das comemorações do aniversário da Unidade Especial de Polícia, que o superintendente Luís Carrilho dirige desde setembro passado, nomeado pelo Diretor Nacional exonerado.

Defensor dos polícias

“O nome agora indicado para Direção Nacional da PSP (DN/PSP), merece-nos todo o respeito, enquadra-se no perfil que consideramos mais adequado para a função, mas terá a grande responsabilidade de resolver os vários problemas que se adensam dentro da PSP”, afirma o SPP/PSP, sem descartar a hipótese de mais um saneamento político.

O SPP/PSP, refere que, apesar de se tratar de uma gestão política, legitima, preocupa ao sindicato o momento e o motivo, pois esta exoneração “ocorre alguns dias depois de, mais uma vez, o ainda DN/PSP, se ter manifestado a favor da atribuição de um Suplemento de Missão aos Polícias da PSP, com valor justo e em paridade com o que já é auferido pela PJ (valor igual para todos os Polícias, no valor de 15% do ordenado de um juiz desembargador com 5 anos)”.

Segundo a estrutura sindical, “esta decisão deixa no ar a ideia de não ser bem visto o fato de se ter um DN/PSP a defender o que se afigura como justo para os profissionais da PSP, o que seria grave”.

Em comunicado, o Ministério da Administração Interna refere que “esta decisão de indigitação surge no âmbito da reestruturação operacional da PSP, quer no plano nacional, quer no plano da representação institucional e internacional desta força de segurança pública”.

Desmentindo a possibilidade de ter feito um saneamento politico, o Ministério da Administração Interna afirma, no comunicado, que “esta decisão de indigitação surge no âmbito da reestruturação operacional da Polícia de Segurança Pública, quer no plano nacional, quer no plano da representação institucional e internacional desta força de segurança pública“.

Numa nota interna, enviada entretanto a todos os polícias da PSP e citada pela RTP, José Barros Correia indica que a decisão foi de “exclusiva iniciativa” da ministra. O até agora diretor nacional da PSP acrescenta também que vai passar à situação de pré-aposentação depois de “cerca de 40 anos de dedicação à Polícia de Segurança Pública, à segurança dos nossos cidadãos e a Portugal”.

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