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Guerra Israel‑Irão sobe preço de gasolina e vestuário

A tensão militar entre Israel e Irão, iniciada a 12 de Junho de 2025, preocupa a Europa. Analistas consensualizam sobre riscos políticos, económicos e sociais para a região, incluindo Portugal, e apelam à diplomacia imediata.

Na madrugada de 12 para 13 de Junho, Israel lançou uma ampla ofensiva contra alvos militares e nucleares iranianos, que incluiu mais de 200 aviões e 300 ataques, segundo o perito francês Claude Moniquet. O Irão retaliou com mísseis e drones contra Telavive, reconhecendo dezenas de mortos e centenas de feridos em ambos os lados.

Moniquet alerta que este “ato de guerra” altera drasticamente o equilíbrio militar no Médio Oriente e realça que o Irão dispõe de opções de resposta como drones, guerrilhas armadas amigas (Hezbollah, Houthis), terrorismo ou o bloqueio do estreito de Ormuz — o que seria “um desastre para a Europa”.

Consequências económicas A ofensiva provocou uma subida acentuada do preço do petróleo, com o Brent a registar aumentos de dois dígitos. Especialistas destacam o risco de fecho do estreito de Ormuz, ponto fulcral para um quinto do abastecimento global. O sector dos transportes marítimos sofre igualmente com prémios de risco acrescidos e aumento de custos de seguros — os mercados de ‘freight rates’ alertam para prolongados impactos se o conflito persistir.

Dirigentes como Keir Starmer (Reino Unido), Dick Schoof (Países Baixos) e o chanceler alemão Friedrich Merz apelam à contenção e à diplomacia imediata, com decisões de instâncias como o Conselho de Segurança da ONU também a reforçar essa mensagem.

Contudo, internamente, a União Europeia enfrenta discórdias. Países como França e Reino Unido apoiam Israel com sanções dirigidas contra o Irão, enquanto outros apelam a contenção e diálogo.

Impacto político e social em Portugal

Embora Portugal continue na órbita geral da UE, os riscos económicos (combustíveis, custo de transporte) terão impacto nas famílias e empresas, como alerta a análise da Argus Media sobre custos crescentes de frete marítimo. A incerteza energética reforça o debate nacional sobre a diversificação de fontes e a relevância das reservas estratégicas. Também o vestuário importado sofrerá aumentos com o encerramento do Estreito.

No plano diplomático, o Governo português deverá alinhar-se com o apelo europeu à diplomacia, mas enfrentará pressão interna crescente por uma posição firme face ao impacto económico e humanitário que o conflito possa gerar.

Segundo Haizam Amirah Fernández, do Centro de Estudos Árabes Contemporâneos, a estratégia de Washington visa forçar uma rendição iraniana sem condições, aproveitando o momento das negociações nucleares — tornando o cenário extremamente perigoso. Já a Europativista Ellie Geranmayeh (European Council on Foreign Relations) aponta que a ofensiva israelita “arruinou a diplomacia nuclear” e pode incendiar uma guerra na região, deixando a Europa com papel limitado.

O conflito Israel‑Irão representa um elevado risco para a estabilidade regional e global. As consequências económicas conjunturais são já visíveis nos preços da energia e nos transportes marítimos, com efeitos directos em Portugal. A opinião de especialistas europeus e instituições reforça a urgência de uma resposta diplomática coordenada. O desfecho da escalada militar poderá moldar o equilíbrio geopolítico no Médio Oriente e definir o papel estratégico da Europa, incluindo como Portugal lida com os novos desafios económicos e geopolíticos.

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