A Guiné-Bissau mantém-se firme na realização da XV Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), mesmo perante a indefinição da representação portuguesa. “Faremos esta cimeira com quem estiver”, afirmou esta quinta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros guineense, Carlos Pinto Pereira.
A declaração foi feita no final da reunião do Conselho de Ministros da CPLP, que decorreu em Bissau, a poucas horas da cimeira. A incerteza sobre a presença do Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e do primeiro-ministro, Luís Montenegro, marca um momento inédito na história do encontro lusófono, podendo tornar-se a primeira vez em que Portugal não se faz representar ao mais alto nível numa cimeira de chefes de Estado e de Governo da organização.
Na lista de presenças divulgada pelo Governo da Guiné-Bissau, todos os chefes de Estado confirmaram a hora de chegada, com exceção do Presidente português. Carlos Pinto Pereira recusou especulações sobre o significado da eventual ausência: “Não vamos dar nenhuma interpretação. Apenas assumiremos que, por qualquer motivo que para já desconhecemos, não estarão presentes. Se não vierem, só temos que compreender os motivos que forem invocados.”
Apesar das incertezas, o ministro sublinhou que Portugal está oficialmente representado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, que já se encontra em Bissau desde terça-feira e participou na reunião do Conselho de Ministros. “Se Portugal quisesse que déssemos outro entendimento a uma eventual ausência, se calhar não estariam sequer cá representados”, concluiu.
A cimeira da CPLP está agendada para sexta-feira, com a Guiné-Bissau a assumir a presidência rotativa da organização. Entre os temas em destaque estão a mobilidade no espaço lusófono, a cooperação económica e a concertação político-diplomática entre os países-membros.
