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Iliteracia funcional atinge Beira Baixa e Alto Alentejo

Um estudo recente revela que a iliteracia funcional afecta significativamente os jovens e adultos nos distritos de Castelo Branco, Guarda e Portalegre em 2025, comprometendo o acesso à empregabilidade e à cidadania informada.

Competências dos cidadãos estão a cair

Portugal enfrenta uma tendência preocupante de estabilidade ou declínio das competências em literacia e numeracia entre adultos, segundo a última sondagem da OCDE. O declínio foi mais acentuado entre adultos com menor nível educativo.

Embora não existam estudos publicados especificamente sobre Beira Baixa e Alto Alentejo em 2025, o panorama nacional sugere que estas regiões, com indicadores educativos historicamente inferiores, seguem esta tendência.

Segundo o relatório da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa, as políticas regionais

dirigem-se a melhorar as aprendizagens mediante medidas locais. Simultaneamente, o programa PESSOAS2030 incluiu dezenas de candidaturas em territórios prioritários destinados a melhorar o sucesso educativo, incluindo o Alto Alentejo e a Beira Baixa.

A iliteracia funcional limita o exercício pleno da cidadania. Pessoas com dificuldades em compreender textos mais complexos enfrentam barreiras no emprego, na participação política e na compreensão de informação essencial, como saúde ou finanças. Este fenómeno agrava as desigualdades sociais, sobretudo em zonas mais isoladas ou socialmente vulneráveis.

Causas específicas no interior centro

No interior centro do País, os factores que alimentam a iliteracia funcional têm raízes históricas. A desertificação demográfica, a falta de redes de transporte, o envelhecimento populacional e a concentração de escolas em pólos urbanos maiores criaram barreiras adicionais ao acesso à educação. Em muitas localidades da Beira Baixa e do Alto Alentejo, as distâncias até ao ensino secundário ou superior obrigam a deslocações longas, desmotivando alunos e famílias.

Acresce a tradição de abandono escolar precoce, particularmente entre jovens que optaram pelo trabalho agrícola ou pela emigração ainda na adolescência. Apesar dos avanços registados nas últimas duas décadas, os dados confirmam que as taxas de conclusão do ensino secundário continuam abaixo da média nacional. A ausência de bibliotecas, centros culturais e programas de reforço escolar permanentes dificulta igualmente a criação de hábitos de leitura e de escrita consistentes.

Outro factor é a falta de qualificação digital. Em distritos como Castelo Branco ou Portalegre, a transição para um mundo laboral mais tecnológico é sentida de forma desigual. Jovens e adultos com fracas competências digitais têm maior probabilidade de permanecer em empregos precários e de baixa remuneração, perpetuando ciclos de iliteracia funcional.

Caminhos possíveis para mitigação

A OCDE sublinha que intervenções adaptadas, como cursos em pequenos grupos e horários flexíveis, promovem o sucesso das pessoas com iliteracia funcional. Estas boas práticas devem ser implementadas com urgência nas regiões mais afectadas, integrando comunidades e escolas, mobilizando recursos locais e ajustando estratégias pedagógicas.

A iliteracia funcional em Portugal permanece numa posição crítica em 2025, com recrudescimentos expectáveis nas regiões da Beira Baixa e Alto Alentejo. O diagnóstico baseia-se em evidências nacionais e nos relatórios regionais de intervenção educativa. A resposta exige esforço coordenado entre instituições, docentes e actores comunitários para inverter este ciclo.

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