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Incêndio em Trancoso: aldeia de Terrenho evacuada após agravamento das chamas

A tarde desta terça-feira foi marcada por momentos de grande tensão em Trancoso, distrito da Guarda, onde a aldeia de Terrenho teve de ser evacuada face ao agravamento do incêndio florestal que consome a região há quatro dias. Até às 20h00, permaneciam ativos três grandes incêndios em Portugal – em Trancoso, Vila Real e Tabuaço – que mobilizavam mais de 1.300 operacionais e cerca de dez meios aéreos

A situação mais crítica, no entanto, é a que afeta Trancoso, onde o fogo, impulsionado por uma mudança repentina no vento, ameaçou as casas e plantações da aldeia. Joaquim, produtor de castanha, vê a sua fonte de sustento ameaçada pelas chamas que avançam sobre as suas terras. A aldeia vizinha de Mendo Gordo mantém-se em contacto constante, numa rede solidária de moradores unidos perante a adversidade.

“São 30 pessoas que vivem aqui, mais unidas do que nunca,” conta um dos habitantes locais. “À hora de almoço parecia que o incêndio estava quase controlado, mas o vento virou e voltou tudo ao princípio. As mulheres da aldeia mostraram fibra e ninguém quer desistir.”

O fogo já consumiu mais de 11 mil hectares desde o início do surto, no passado sábado, 9 de agosto. A Proteção Civil indicou que em Trancoso atuam atualmente 580 operacionais, apoiados por 192 meios terrestres e seis meios aéreos. A principal ajuda aérea provém de dois aviões Canadair cedidos por Marrocos, que chegaram esta manhã e realizam descargas de 6 mil litros de água a cada três minutos, num esforço contínuo e vital para controlar as chamas. Este reforço tem sido importante, sobretudo porque os Canadairs portugueses, que poderiam desempenhar papel fundamental na resposta, estão inoperacionais.

Fontes da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) confirmaram que os aviões pesados portugueses encontram-se fora de serviço, assim como um terceiro avião, sem que a empresa responsável, Avincis, tenha divulgado publicamente as razões para esta situação. Esta ausência de meios nacionais coloca maior pressão sobre os recursos internacionais e a capacidade dos bombeiros portugueses no terreno.

As imagens captadas por José Clemente, e obtidas pela SIC, mostram os dois Canadairs marroquinos em ação, reabastecendo rapidamente na barragem da Teja, no concelho de Trancoso, numa demonstração da eficácia e agilidade necessárias para combater este incêndio de grandes proporções.

Portugal está em situação de alerta até às 23h59 desta quarta-feira, 13 de agosto, mas o Presidente da República já sugeriu ao Governo e à ministra da Administração Interna que o alerta seja prolongado, dado o quadro climático adverso e a dificuldade no controlo dos incêndios.

Este é mais um dia difícil para Trancoso e para todos os portugueses que acompanham com preocupação o desenrolar das operações, onde o empenho dos operacionais, a resiliência das comunidades afetadas e a ajuda internacional serão determinantes para evitar uma tragédia ainda maior.

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