A Iryo, empresa privada de transporte ferroviário de alta velocidade, expressou o seu interesse em expandir a sua operação para Portugal, assim que as infraestruturas adequadas forem concluídas. O presidente executivo da empresa, Simone Gorini, revelou esta intenção durante uma entrevista à agência espanhola EFE, mencionando que a Iryo pretende operar em toda a Península Ibérica assim que surgirem as condições adequadas.
A Iryo, que iniciou operações em Espanha em novembro de 2022, está focada em expandir as suas ligações ferroviárias de alta velocidade, não apenas em território espanhol, mas também em Portugal, nomeadamente nas futuras linhas que ligam Lisboa ao Porto e ao Norte de Espanha, assim como a ligação entre Lisboa e Madrid. A primeira linha de alta velocidade em Portugal, entre Lisboa e o Porto, deverá estar concluída até 2032, com o objetivo de expandir a rede até Vigo, na Galiza, também nesse ano.
Simone Gorini afirmou que, à medida que as infraestruturas de alta velocidade forem sendo desenvolvidas em Portugal, a Iryo estará pronta para aproveitar as oportunidades de operação, com particular atenção ao designado Corredor Atlântico, que liga Lisboa ao Porto e ao Norte de Espanha. A empresa vê potencial significativo no mercado português, acompanhando de perto a evolução do projeto de alta velocidade em território nacional.
No contexto espanhol, a Iryo tem vindo a consolidar a sua posição no setor da alta velocidade, superando os 14 milhões de passageiros desde que começou a operar, com destaque para os oito milhões de passageiros transportados em 2024. A empresa, que já compete com a gigante pública Renfe, bem como com a francesa Ouigo, tem registado uma ocupação média de 73% nas suas linhas, sendo a ligação entre Madrid e Barcelona a mais procurada. Embora a liberalização do setor em Espanha tenha levado à redução dos preços dos bilhetes em cerca de 30%, todas as empresas envolvidas ainda enfrentam desafios financeiros, com prejuízos acumulados que somam 600 milhões de euros desde 2021.
O interesse da Iryo em Portugal reflete não só a crescente liberalização do mercado ferroviário de alta velocidade em Espanha, mas também o potencial de expansão para novos mercados, com a empresa a apostar numa operação rentável e sustentável a médio prazo.
Bom Dia,
Uma pequena correcção, se me é permitido.
A Iryo é de origem Italiana e funciona também em Espanha, não sendo por isso Hispano-Italiana.
Seria interessante vir para Portugal, se e quando vier a existir Alta Velocidade por cá.
Em Espanha existe a 2.ª maior rede em extensão de Alta Velocidade do Mundo, sendo a 1.ª a da China, com uma duas empresas estrangeiras e além da nativa Renfe.
Não obstante, convém estar atento aos prejuízos que resultam da operação da Alta Velocidade, e que alguém (o erário público…?) terá que satisfazer.
Na generalidade, aprecio ler os V/ artigos e sugiro vivamente que continuem com a qualidade de análise e de escrita que os mesmos contêm, já que conseguem ser diferentes no panorama Regional.
Cumprimentos,