O Gabinete de Segurança de Israel aprovou, no Domingo, um plano para ampliar a ofensiva militar na Faixa de Gaza, incluindo a mobilização de dezenas de milhares de reservistas. A decisão visa aumentar a pressão sobre o Hamas, após 19 meses de conflito e mais de 52.500 mortos palestinianos
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que a guerra “ainda não terminou” e que Israel avançará com “um exército unificado, poderoso e determinado”. O plano prevê a ocupação de novos territórios em Gaza e a manutenção de uma presença militar prolongada para impedir o regresso do Hamas às zonas controladas pelas Forças de Defesa de Israel (IDF).
David Mencer, porta-voz do governo, confirmou que Israel está a emitir “dezenas de milhares de ordens de convocação para reservistas” com o objetivo de “fortalecer e expandir a operação em Gaza”. O plano inclui ataques por terra, ar e mar, bem como a deslocação forçada de civis palestinianos para o Sul do enclave, repetindo estratégias utilizadas no início do conflito.
A decisão surge após o colapso das negociações de cessar-fogo mediadas pelos Estados Unidos em Março. O chefe do Estado-Maior das IDF, general Eyal Zamir, alertou que a intensificação dos combates pode colocar em risco a vida dos reféns israelitas ainda detidos pelo Hamas. Actualmente, estima-se que cerca de 24 reféns estejam vivos em Gaza.
A comunidade internacional expressou preocupação com a escalada do conflito. A União Europeia e organizações humanitárias criticaram o plano israelita, alertando para as consequências humanitárias da operação, incluindo o agravamento da crise alimentar e o aumento do número de deslocados.
Internamente, a decisão também gerou controvérsia. O líder da oposição israelita, Yair Lapid, questionou a eficácia da estratégia, afirmando que “prolongar o serviço militar sem um objectivo claro é uma estratégia inútil”. Famílias de reféns exigiram que o governo priorize a libertação dos capturados, alertando que a expansão das operações militares coloca todos os reféns em grave risco.
Desde o início do conflito, em Outubro de 2023, após ataques do Hamas que resultaram em cerca de 1.200 mortos em Israel e 251 reféns, as forças israelitas mobilizaram aproximadamente 360.000 reservistas. O Ministério da Saúde de Gaza reporta mais de 52.500 mortos palestinianos desde então, sem distinção entre civis e combatentes.
A intensificação da ofensiva ocorre na véspera de uma visita do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à região, prevista para esta semana. Espera-se que a visita possa influenciar futuras negociações de cessar-fogo ou acordos para a libertação de reféns.
O governo israelita também aprovou um novo mecanismo para a distribuição de ajuda humanitária em Gaza, que será controlado por contratantes norte-americanos. Organizações humanitárias criticaram o sistema, considerando-o coercivo e inadequado para atender às necessidades urgentes da população civil.
A operação militar ampliada visa, segundo o governo israelita, destruir todas as infra-estruturas do Hamas, tanto acima como abaixo do solo. No entanto, analistas militares, como Tamir Hayman, ex-chefe dos serviços secretos das forças armadas israelitas, alertam que “eliminar o Hamas apenas pela força militar é muito difícil” e que Israel estaria melhor se terminasse a guerra com o Hamas enfraquecido e sob controlo após o fim dos combates.
A comunidade internacional e sectores da sociedade israelita continuam a pressionar por uma solução que priorize a libertação dos reféns e minimize o sofrimento da população civil em Gaza. A escalada do conflito levanta questões sobre a viabilidade de uma solução militar para um problema profundamente enraizado e complexo.
É bom saber que o Regiões divulgou esta vergonhosa noticia, o que mostra que não tem medo do poderoso lobby sionista. Aquilo que tem lugar na faixa de Gaza é um genocidio permanente cuja estratégia foi há tempos revelada pelo Ministro (agora-ex-Ministro) Smotrich.