O Japão e a China retomaram, esta terça-feira, o seu primeiro diálogo económico de alto nível em seis anos, após uma pausa provocada principalmente pela pandemia de Covid-19. Este encontro, liderado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros de ambos os países, Takeshi Iwaya e Wang Yi, marca um passo significativo na reaproximação das duas potências asiáticas e reflete o compromisso de ambos em fomentar uma cooperação económica mutuamente benéfica
Durante as conversações, os ministros abordaram questões que afetam os dois países, como a descarbonização e o envelhecimento populacional, incluindo a baixa taxa de natalidade, um desafio comum nas suas sociedades. Além disso, Iwaya aproveitou a oportunidade para pedir à China a suspensão da proibição das importações de marisco japonês, que havia sido imposta após o incidente relacionado com o vazamento de água tratada da central nuclear de Fukushima para o mar.
Este diálogo económico, que acontece num contexto de tensões geopolíticas crescentes, ocorreu após um período de relações separadas entre os dois países, que, apesar das dificuldades, continuaram a desenvolver conversações bilaterais sobre vários assuntos. O ministro japonês expressou a esperança de que o encontro simbolizasse uma cooperação mais estreita e eficaz entre as duas nações, e sublinhou a importância de os cidadãos japoneses e chineses sentirem os benefícios dessa cooperação no seu quotidiano.
Por sua vez, Wang Yi aproveitou a ocasião para criticar as políticas recentes dos Estados Unidos, aliado próximo do Japão, mencionando a crescente prevalência do unilateralismo e do protecionismo, que, segundo ele, dominam as políticas internacionais. O encontro ocorre num momento de tensão económica global, especialmente após a entrada em vigor, no início de março, de tarifas de 20% sobre produtos provenientes da China, a que Pequim respondeu com tarifas sobre produtos agrícolas norte-americanos e novas restrições sobre minerais essenciais.
Este diálogo representa não apenas uma tentativa de melhorar as relações económicas entre o Japão e a China, mas também um reflexo das complexas dinâmicas políticas e comerciais que influenciam a Ásia e o mundo.
