O ministro angolano do Interior moveu um processo-crime a três jornalistas do semanário “Pungo a Ndongo”, por ofensas à honra e ao bom nome”. Eugénio Cesar Laborinho não gostou pelo facto de o jornal ter associado o seu nome ao conflito que opunha alguns fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).
Três jornalistas angolanos do semanário “Pungo a Ndongo”, incluindo o seu diretor, começaram, esta semana, a ser ouvidos pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), por suspeitas de incorrerem aos crimes de calúnia, difamação e injúria. O queixoso é o ministro do Interior, o general Eugénio Laborinho.
Salvador Freire, o advogado do jornal, explica que os jornalistas Eduardo Filipe, Ireneu Mujoco e Júlio Gomes, respectivamente, estão a ser indiciados por publicarem uma denúncia pública da defesa dos antigos membros da Igreja Universal do Reino de Deus, onde um dos visados é o governante.
“Na verdade, os jornalistas do jornal Pungo a Ndongo foram indiciados ao crime de difamação e calúnia pelo ministro do Interior, por simples facto de terem reportado à conferência de imprensa que se realizou aqui, em Luanda e, naturalmente, e eles, ao reportarem a questão, tendo até citado as fontes, mesmo assim, o ministro do Interior entendeu que estavam a violar os direitos dele, consagrado à honra e bom nome”, espelhou o causídico.
O advogado considera de injusta às acusações, já que alega que os seus constituintes cumpriram com todos os pressupostos legais que a lei de imprensa impõe.
“Nós como advogados destes jornalistas, tudo estamos a fazer para defesa deles, pois que, achamos que não há qualquer acto que tire a honra e bom nome do ministro do Interior, tendo em atenção que eles reportaram apenas verdade, aquilo que ocorreu na correu na conferência de imprensa e cumpriram com todas as formalidades legais, dentre eles, aquilo que a Lei de Imprensa determina”, afiançou SalvadorFreire.
Há dias, o advogado e ex-deputado da bancada parlamentar da Unita, David Mendes, também foi constituído arguido pela Procuradoria-Geral da República (PGR), através de uma queixa-crime apresentada pelo ministro angolano da Justiça dos Direitos Humanos, que se sentiu ofendido por ser citado como um dos governantes que terá, supostamente, favorecido a “ala brasileira” no processo judicial da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola.