José António Seguro será candidato presidencial com apoio da máquina socialista
José António Seguro vai ser o candidato oficial do Partido Socialista às eleições presidenciais de 2026. A decisão, apurada pelo Diário de Notícias, foi concertada entre o presidente do partido, Carlos César, e o secretário-geral José Luís Carneiro, tendo sido comunicada na reunião da Comissão Política, na noite de terça-feira. O anúncio final deverá acontecer no domingo, em Penafiel, durante a Comissão Nacional.
A escolha de Seguro não surpreendeu. O antigo secretário-geral do PS conta com apoio alargado dentro do partido, incluindo das 21 federações distritais, que, na sua maioria, se posicionaram desde cedo ao lado da sua candidatura. A sua entrada na corrida presidencial, anunciada a 3 de junho por iniciativa própria, foi bem recebida internamente e vista como um sinal de coesão e estratégia.
Para José Luís Carneiro, a força do PS nas últimas eleições autárquicas é uma prova da capacidade de o partido vencer sozinho. Em 126 municípios, os socialistas triunfaram sem coligações, registando apenas duas vitórias em parceria: Coimbra (com Livre, PAN e Cidadãos por Coimbra) e Felgueiras (com o Livre). Este desempenho reforça a confiança na candidatura de Seguro, sobretudo pela sua imagem de estabilidade e moderação.
O principal desafio está agora nos grandes centros urbanos, nomeadamente Lisboa e Porto. Ainda assim, os responsáveis pelas estruturas locais e distritais acreditam que a marca PS se impõe por si, sem necessidade de alianças, e que Seguro tem condições para conquistar o eleitorado ao centro. A leitura estratégica das vitórias em capitais de distrito como Viana do Castelo, Bragança, Viseu, Castelo Branco, Évora, Leiria e Faro reforça a tese de que uma candidatura moderada pode disputar seriamente a segunda volta.
O Partido Socialista aposta numa figura com experiência, discurso sereno e capacidade de aglutinar apoios fora do seu núcleo tradicional. José António Seguro surge assim como o rosto da estratégia presidencial socialista para 2026: garantir presença na segunda volta e disputar voto a voto com a direita, assumindo uma posição de equilíbrio e unidade.
