O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou este domingo que o momento atual representa uma oportunidade única para garantir a segurança da Europa. A declaração foi feita durante a abertura da cimeira informal que reúne vários líderes europeus em Londres, com o objetivo de reforçar o apoio à Ucrânia no contexto do prolongado conflito com a Rússia. O encontro ocorre após um desentendimento significativo entre o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na última sexta-feira, na Casa Branca.
“Este é um momento único para a segurança da Europa. Todos devemos dar um passo em frente para garantir um futuro seguro para o nosso continente”, sublinhou Starmer, que se encontrava acompanhado do presidente francês, Emmanuel Macron, e do líder ucraniano, Zelensky, à sua esquerda. O primeiro-ministro britânico reforçou que um desfecho positivo para a Ucrânia não só é crucial para a segurança da nação, mas também para a estabilidade de muitas outras nações presentes na cimeira de Londres.
Este evento internacional tem a presença de 18 líderes de diferentes países, incluindo França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Noruega, Canadá, Finlândia, Suécia, Dinamarca, República Checa, Polónia, Roménia e Turquia. O encontro contará ainda com a participação do secretário-geral da NATO, Mark Rutte, da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do presidente do Conselho Europeu, António Costa.
A principal questão abordada na cimeira é a segurança da Europa, face aos receios de que os Estados Unidos possam reduzir o seu envolvimento militar no continente, uma preocupação que se intensificou após o encontro conflituoso entre Zelensky e Trump. O evento serve também de preparação para a cimeira extraordinária sobre a Ucrânia, marcada para quinta-feira, em Bruxelas.
Antes do início da cimeira, Starmer avançou que o Reino Unido está a colaborar com a França no desenvolvimento de um “plano para pôr fim aos combates” entre a Ucrânia e a Rússia. “Acreditamos que o Reino Unido, a França e possivelmente mais alguns países devem unir forças com a Ucrânia para encontrar uma solução para o conflito. Posteriormente, discutiremos este plano com os Estados Unidos”, explicou o primeiro-ministro britânico, em declarações à BBC.
O Reino Unido, que na véspera assinou um acordo de empréstimo no valor de 2,26 mil milhões de libras (aproximadamente 2,74 mil milhões de euros) para apoiar as capacidades de defesa da Ucrânia, planeia que a cimeira se concentre em garantir o “apoio militar contínuo” à Ucrânia, bem como no “aumento da pressão económica sobre a Rússia”. Também se discutirá a necessidade de fortalecer o papel da Europa na sua própria defesa e os próximos passos no planeamento de garantias de segurança sólidas para o continente, face ao risco de uma possível retirada da proteção militar norte-americana.
Na sexta-feira, o encontro na Casa Branca entre Trump e Zelensky gerou um clima de tensão, com o presidente dos EUA e o seu vice-presidente, JD Vance, a acusarem Zelensky de não demonstrar gratidão pela ajuda prestada pelos Estados Unidos e de recusar as conversações de paz. O desentendimento levou o líder ucraniano a abandonar a reunião sem assinar o acordo previsto sobre minerais, ampliando as fricções diplomáticas entre os dois países.
Desde a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, o conflito tem gerado enormes desafios tanto para a Ucrânia quanto para a segurança internacional, com impactos diretos na estabilidade e nas políticas de defesa da Europa e dos seus aliados.