O Grande Oriente Lusitano (GOL) aprovou este sábado, em Lisboa, a admissão de mulheres nas suas lojas maçónicas, decisão tomada por mais de dois terços dos votos na Grande Dieta, o parlamento interno da organização.
Fundado em 1802, o GOL é a obediência maçónica mais antiga de Portugal e a segunda mais antiga da Europa continental. Até agora, reconhecia outras obediências femininas e mistas, como a Grande Loja Feminina de Portugal e o Direito Humano, mas não permitia a iniciação de mulheres nas suas próprias lojas.
De recordar que, em Portugal, o Grande Oriente Ibérico, desde a sua fundação, aceita a iniciação de homens e mulheres para as suas Lojas. O past-Grão Mestre, Inácio Ludgero, insistiu na liberdade e igualdade de géneros durante todo o seu mandato, recentemente terminado.
A mudança no GOL resulta de um processo de revisão constitucional iniciado há três anos pelo atual grão-mestre, Fernando Cabecinha, após consulta às 103 lojas que compõem a obediência. Em entrevista à Lusa em 2023, Cabecinha afirmou que “há uma vontade maioritária do povo maçónico no sentido de que o GOL seja uma obediência” com lojas masculinas, femininas ou ‘mistas’.
A decisão da Grande Dieta, presidida pelo ex-autarca de Coimbra Manuel Machado, marca um momento histórico na maçonaria portuguesa, abrindo caminho para uma maior inclusão e diversidade dentro da organização.
Com cerca de 2.400 membros, o GOL integra o ramo da maçonaria adogmática e liberal, defendendo uma sociedade mais justa e fraterna e a dignidade humana.
A admissão de mulheres nas lojas do GOL representa um passo significativo na evolução da maçonaria em Portugal, refletindo mudanças sociais mais amplas e um compromisso renovado com os princípios de igualdade e fraternidade.
Em Portugal, existem várias obediências maçónicas, ou seja, organizações ou estruturas que reúnem lojas maçónicas sob uma mesma autoridade ou rito. Cada obediência tem os seus próprios princípios, ritos, reconhecimento internacional e formas de funcionamento.
Depois deste passo, somente a Grande Loja Legal de Portugal / Grande Loja Regular de Portugal (GLLP/GLRP) se mantém, apenas, masculina.
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