A liderança de Miguel Albuquerque saiu “reforçada” nas eleições regionais e “permitem pensar” num governo que dure quatro anos. O PSD conseguiu eleger 23 deputados, ficando apenas a um parlamentar da maioria absoluta, que se alcança com 24 dos 47 eleitos. Esse deputado pode vir de um acordo com o CDS, que elegeu um deputado. O PS, que passou para terceira força na Madeira, foi o grande derrotado nestas eleições regionais antecipadas. Os socialistas dizem que os resultados merecem “uma grande reflexão e uma paragem da direção do PS-Madeira, no sentido de perceber o que se passou nestas eleições”
O PSD Madeira foi o grande vencedor das eleições regionais de 2025. O partido liderado por Miguel Albuquerque conseguiu eleger 23 deputados tendo ficado a apenas um da maioria absoluta no parlamento regional madeirense.
Com todos os resultados apurados na Madeira e Porto Santo, o PSD venceu as eleições regionais com mais de 43 por cento dos votos, alcançando 23 deputados ficando a um de conseguir a maioria absoluta.
O JPP reforçou o resultado de há dez meses e com mais de 20 por cento dos votos, o partido regional chegou aos 11 deputados.
Considerado um dos grandes derrotados da noite, o PS não foi além do terceiro lugar, com pouco mais de 15 por cento dos votos e elege oito deputados. Seguem-se o Chega, com três deputados, e o CDS-PP e a Iniciativa Liberal elegeram um deputado.
Neste cenário, o PSD consegue formar maioria (24) com o CDS, a solução mais fácil para Albuquerque. Apesar do cenário pouco favorável desvendado pelas eleições, o Chega ainda acredita que fará parte de uma solução governativa na Madeira e deixa claro que não viabilizará, “de modo algum”, um governo à esquerda.
Eduardo Jesus, conselheiro regional do PSD e secretário regional de Economia, Turismo e Cultura, mostra-se confiante que o PSD-Madeira consiga ter condições para governar durante quatro anos e olha para as eleições como um “reforço da liderança” de Miguel Albuquerque, mas continua sem abrir o jogo e a falar em cenários governativos para “depois dos resultados”.
Para Eduardo Jesus, as primeiras projeções “apontam no sentido” de uma “legitimidade reforçada” de Miguel Albuquerque. “O objetivo é que a Madeira tenha um governo por quatro anos”, afirmou o secretário regional, notando que os resultados “permitem-nos pensar que vamos voltar a ter estabilidade na Madeira”.
Montenegro fala de vitória estrondosa
O líder nacional do PSD, Luís Montenegro, fala numa “extraordinária vitória” do PSD na Madeira, salientando que “o povo madeirense provou, uma vez mais, a sua paciência para resolver nas urnas aquilo que os políticos não foram capazes de resolver na Assembleia Legislativa: dar condições de governabilidade e estabilidade à região para continuar a trilhar um caminho que tem sido preenchido de desenvolvimento”.
O líder do PSD nacional, que deu os parabéns a Miguel Albuquerque, critica Chega e PS, que constituem “uma oposição destrutiva”. E espera que este cenário se repita nas legislativas em maio, já que as pessoas querem “soluções e políticas concretas, respostas aos problemas”, “muito mais do que desvio de atenções sobre o que é verdadeiramente importante”.
Pedro Nuno promete cooperar com a Madeira
Entretanto, o líder do PS, Pedro Nuno Santos, já reconheceu a derrota na Madeira, mas remete-a ao PS Regional e posiciona-se como “líder do PS e do futuro governo da República” para garantir um “desenvolvimento harmonioso” com a região autónoma.
Recusando comentar as decisões do PS Madeira, nomeadamente ter votado ao lado do Chega na moção de censura que derrubou o governo regional, Pedro Nuno Santos diz respeitar a autonomia dos militantes madeirenses.
“Nós no governo da República tudo faremos” para manter boas relações com o governo que venha a ser liderado por Miguel Albuquerque, afirma Pedro Nuno Santos.