Mais de 50 países contactaram recentemente a administração dos Estados Unidos da América, solicitando a abertura de negociações sobre as novas tarifas alfandegárias anunciadas pelo Presidente Donald Trump. A informação foi avançada pelo conselheiro económico da Casa Branca, Kevin Hassett, que revelou que estas nações consideram que as tarifas terão um impacto negativo significativo sobre as suas economias.
As novas tarifas, que preveem um aumento geral de 10% sobre os produtos importados, entraram em vigor no passado sábado. Contudo, a partir da próxima quarta-feira, estas taxas serão elevadas para vários parceiros comerciais dos EUA, incluindo a União Europeia (com um aumento de 20%) e a China (34%).
Kevin Hassett, diretor do Conselho Económico Nacional e principal conselheiro do Presidente Trump em questões económicas, defendeu que a aplicação destas tarifas não terá um impacto negativo substancial na economia dos Estados Unidos, contrariando as previsões de muitos economistas que antecipam um aumento da inflação e um abrandamento do consumo interno. “Não creio que vamos assistir a um grande impacto nos consumidores norte-americanos”, afirmou o conselheiro, em entrevista ao canal de televisão ABC.
No entanto, reconheceu que poderá haver um aumento dos preços devido aos novos impostos sobre os produtos importados. Segundo Hassett, estas medidas visam, principalmente, proteger os trabalhadores norte-americanos da concorrência desleal, de forma a garantir que sejam tratados “de forma justa”. O conselheiro insistiu que as tarifas são uma forma de “tratar os trabalhadores (americanos) de forma justa” e de os proteger de práticas comerciais desleais que, segundo ele, afetam o mercado interno.
Em relação à exclusão da Rússia da lista de países sujeitos a novas tarifas, Hassett explicou que as negociações em curso com Moscovo e Kiev, relacionadas com a guerra na Ucrânia, influenciaram essa decisão. “O Presidente decidiu não misturar as questões comerciais com as questões diplomáticas”, afirmou. No entanto, deixou claro que isso não significa que a Rússia não seja tratada de forma semelhante a outros países no futuro. A administração dos EUA esclareceu também que países como a Bielorrússia, Cuba, Coreia do Norte e Rússia não estão incluídos nas tarifas devido às sanções económicas já em vigor, que restringem o comércio com estas nações.
A proposta de renegociar as tarifas foi formalizada por mais de 50 países, que acreditam que os aumentos anunciados terão um peso substancial sobre as suas economias. Este movimento destaca a crescente tensão no comércio global, com um número crescente de nações a exigir uma reavaliação das políticas tarifárias dos Estados Unidos, que têm gerado inquietação entre os seus principais parceiros comerciais.