O concurso extraordinário de vinculação de professores, a ser lançado esta quarta-feira, disponibiliza 2.309 vagas, das quais mais de 56% destinam-se às escolas da Grande Lisboa. A iniciativa visa mitigar a carência de docentes em várias zonas do país, com maior enfoque nas áreas urbanas e no sul de Portugal.
Conforme a portaria publicada no Diário da República, as vagas encontram-se distribuídas pelos 23 quadros de zona pedagógica (QZP) com maior escassez de profissionais, abrangendo regiões como Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve. O quadro que inclui os concelhos de Vila Franca de Xira, Loures, Sintra, Cascais, Oeiras, Amadora, Odivelas e Lisboa destaca-se por representar mais de metade das vagas, com um total de 1.298 lugares. A Área Metropolitana de Lisboa a sul do Tejo, de Almada a Setúbal, dispõe de 360 vagas.
Outras zonas com grande carência incluem os concelhos de Monchique, Portimão, Lagoa e Silves (67 vagas), Albufeira e Loulé (52 vagas) e Rio Maior, Santarém, Azambuja, Cartaxo e Alenquer (51 vagas). O QZP de Grândola, Santiago do Cacém e Sines oferece 47 lugares.
A carência de professores é particularmente acentuada nas disciplinas do 3.º ciclo e ensino secundário, com 11 grupos de recrutamento a apresentar mais de uma centena de vagas. Entre as mais necessitadas estão Educação Especial (222 vagas), Informática (193), Matemática (186) e Português (166). Disciplinas como Inglês, Geografia, Física e Química, Biologia e Geologia, e História também carecem de docentes em número significativo.
Este concurso surge como resposta às falhas do anterior processo extraordinário de vinculação, que deixou 3.000 horários sem professor, 19.000 docentes sem colocação e 1.600 sem horário. Ao contrário das edições anteriores, este novo concurso permite a candidatura de docentes com habilitação própria, embora exclua os professores já vinculados ao Ministério da Educação. Estima-se que o processo esteja concluído até novembro.