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Marvão: Uma pérola do Alto Alentejo com vista para Espanha

Implantada no topo da Serra do Sapoio, a uma cota superior a 800, numa plataforma totalmente emoldurada por muralhas, a vila de Marvão, no distrito de Portalegre, nasceu e cresceu à sombra do Castelo, que albergava os cavaleiros e seus servos, os soldados, os canteiros, os artífices e todos aqueles que voluntária ou involuntariamente, no decorrer dos tempos, ajudaram a defender ou procuraram abrigo dentro da cerca medieval do ”inimigo espanhol”. Hoje, Marvão é considerada, segundo um estudo da Universidade da Beira Interior, o município alentejano com melhor nível de desenvolvimento económico e social.  Situação que se mantém.

Foto: António Duarte Mil-Homens

Considerada uma das pérolas do Alto Alentejo, o turismo em Marvão tem vindo a crescer desde a pandemia. A vila e o castelo são grandes atrações, mas também os monumentos megalíticos e a cidade romana de Ammaia, onde foi descoberto o quinto coliseu da antiga Lusitânia.  A autarquia tenciona transformar as antigas oficinas municipais num espaço hoteleiro.  

Marvão: Uma pérola do Alto Alentejo com vista para Espanha
Foto: António Duarte Mil-Homens

Mas Marvão não é só turismo. A câmara, segundo Luís Vitorino, presidente da autarquia, tem realizado uma grande aposta no desenvolvimento local, ”temos hoje uma qualidade de vida relativamente boa, mas continuamos a apostar na sua melhoria”.

Foto: António Duarte Mil-Homens

Contudo, para manter os padrões actuais de desenvolvimento e bem-estar, apesar dos entraves burocráticos que se levantam, o município está a criar uma nova zona industrial e a ampliar a actual.  ”Temos um ninho de empresas em Santo António dos Areias,  e um outro na freguesia mais distante da sede do Conselho, que é Beirã, para empresas não tecnológicas, com rendas baratas, para dar resposta  aos artistas e artesões, de acordo com as necessidades e que estão equipados com internet e salas comuns para reuniões”, refere o autarca.

Do ponto de vista de Luís Vitorino, as perspetivas futuras ”para o concelho  são boas”, acrescentando: ”acredito em Marvão e acho que é uma terra de futuro. É uma terra que tem condições, especialmente no sector agroalimentar  de pequena escala, e nos nossos produtos que são de alta qualidade”.

Produtos diferenciadores

Marvão: Uma pérola do Alto Alentejo com vista para Espanha
Foto: António Duarte Mil-Homens

No entanto, e na óptica de Luís Vitorino, existem ”três ou quatro produtos que poderão ser diferenciadores”, designadamente  o vinho de altitude (fazemos parte da área  dominada de origem  dos vinhos de Portalegre), a castanha, também com certificação DOP, o azeite, com três fileiras de olival,  e ainda a agropecuária, que também tem futuro em Marvão – apesar de não ser aquela agropecuária intensiva, mas sim extensiva.

Todos esses produtos funcionam sob o ‘guarda-chuva’ da marca Marvão, que abrange todos os produtos locais produzidos no território.

Para Luís Vitorino, ”fazia falta um reforço  da agropecuária, nomeadamente na criação de caprinos. O Governo e o Ministério da Agricultura deveriam olhar  para os pequenos criadores de gado caprino e reforçarem os apoios que concedem”. Neste momento – conforme nos confessou com alguma mágoa – os produtores de queijo estão a comprar leite na vizinha Espanha  para fazer os queijos em Portugal”.

O edil lembra às autoridades que o pastoreio, principalmente de gado caprino, consegue reduzir o material  combustível na floresta, o que originaria uma poupança de alguns milhares de euros na prevenção e combate aos incêndios rurais.

Respostas sociais fazem a diferença

Em termos sociais, para além da existência da primeira creche municipal e do cine-teatro, o município disponibiliza, para os menos favorecidos, o cartão social, comparticipação na compra de medicamentos, apoio nos transportes aos doentes às consultas em Lisboa, desconto nas piscinas, apoio à tuna sénior. Ou seja,  existe ”uma quantidade de respostas sociais que fazem a diferença”.  

A nível de ensino, foi recentemente inaugurada, com a presença do ministro da Educação, uma escola que tem condições excepcionais, equipada com um pavilhão desportivo, que não tínhamos. Era uma lacuna que existia em Marvão e foi mais um salto qualitativo que se deu.  Hoje, temos uma escola que pode ser equiparada a uma escola privada,  uma escola moderna, com todos aqueles equipamentos didáticos que se utilizam para lecionar”.

”Sou daqueles que acredita que a educação é um dos pilares do desenvolvimento do país  e, apesar da educação estar um bocado  em roda livre, o nosso agrupamento de escolas  tem bons resultados. É uma escola pequena, onde não há, praticamente, insucesso escolar. Os 200 alunos são acompanhados. Por outro lado, temos os programas  de empreendedorismo,  porque é importante que os miúdos tenham novas perspectivas de vida futura”, considera Luís Vitorino.

Habitação

Um problema que é transversal a todo o país, a habitação também preocupa o autarca alentejano que desenvolveu uma estratégia de habitação local também, com perto de três milhões de euros,  que está praticamente executada.

Marvão: Uma pérola do Alto Alentejo com vista para Espanha
Foto: António Duarte Mil-Homens – Fernando Pires e  Luís Vitorino

Neste momento, adianta, ”temos em fase de concurso, no valor de 950 mil euros, para 4 projectos de reabilitação: Barretos, Porto Espada, São Salvador  e em Escusa. E  temos a decorrer uma obra em São António  e estamos a reabilitar cerca de 15 casas da Câmara Municipal – adaptá-las  aos dias de hoje”.

Turismo ”em alta”

Mas voltemos à principal fonte económica do concelho: o turismo. Depois da pandemia tem crescido o número de turistas, com muitos portugueses, espanhóis, dada a proximidade, e asiáticos. “Muito por força dos produtos turísticos que temos a oferecer”, diz o presidente da Câmara de Marvão, Luís Vitorino, acrescentando que a paisagem continua a ser um dos maiores ativos que Marvão.

Aliás, como refere, a aposta continuada no turismo tem contribuído para valorizar o património histórico e cultural, estimular a regeneração urbana, reanimar as áreas rurais, promover o emprego e o desenvolvimento local.

Marvão: Uma pérola do Alto Alentejo com vista para Espanha
Foto: António Duarte Mil-Homens

A escarpa rochosa, o conjunto com o Castelo Altaneiro a 800 metros de altitude, de onde se diz ser possível avistar águias pelas costas a ouvir o silêncio, são tão surpreendentes e são a marca turística de Marvão, que segue a tendência do Alentejo que reforça a tendência de crescimento alicerçada no turismo de património e natureza.

É  esta paisagem que ajuda a vender o território. Por isso, é que considera que ‘este postal verde’ tem ”que ser preservado, sendo importante conseguir manter esta paisagem”.  

O turismo, depois da questão do património mundial, deu um grande salto qualitativo com o Festival de Música Internacional.  

”Hoje o Festival de Música Internacional é um investimento que a Câmara faz em parceria com a Academia de Música, mas é um investimento que tem retorno.  É uma forma de conseguirmos atingir o mundo”, revela.

Este festival, defende, ”trouxe também uma nova dinâmica ao território, nomeadamente a Castelo de Vide, a Portalegre e à Serra de São Mamede.  Já não digo a Arronches, que fica na outra ponta da Serra, mas nestes três localidades”, apesar de ter originado uma explosão imobiliária.  De repente, o que valia 50, vale hoje 100. Nós temos essa percepção”.

Por último, e como não poderia deixar de ser Luís Vitorino falou sobre a decisão do tribunal de Portalegre de o condenar a três anos de prisão, com pena suspensa e perda de mandado por um crime de corrupção passiva. ”Recorri e espero que se faça justiça. Não comento a decisão do Tribunal de Portalegre”, afirma

Marvão: Uma pérola do Alto Alentejo com vista para Espanha
Foto: António Duarte Mil-Homens

”Estou de consciência tranquila. Sei que não usurpei nada para o meu proveito, o que aconteceu foi uma questão factual de procedimentos. Por isso, estou confiante que se faça justiça  e espero ser absolvido. Estou a trabalhar para os marvanenses  e os marvanenses acreditam no Presidente da Câmara”, remata.

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