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Mau tempo provoca um ferido grave e mais de 780 ocorrências, na maioria, na região de Lisboa

A forte chuva que caiu ao longo desta terça-feira transformou várias zonas da Grande Lisboa em verdadeiros cenários de emergência. Desde o início da manhã, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registou mais de 780 ocorrências, sobretudo relacionadas com inundações, queda de árvores e deslizamentos de terra

Entre os casos mais graves, destaca-se o ferimento de uma mulher na localidade de Tercena, no concelho de Oeiras, após escorregar numa rua completamente alagada. A vítima, com ferimentos considerados graves, foi socorrida pelos Bombeiros Voluntários de Barcarena e transportada de imediato para o Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

O presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, deslocou-se ao local, reconhecendo a gravidade da situação e apontando para a necessidade de obras estruturais que mitiguem os efeitos das chuvas intensas.

“Temos consciência da situação gravíssima deste caso. Há um investimento de oito milhões de euros em curso na zona da Rotunda das Seleções, e acreditamos que, a partir do final de 2026, esta realidade deixará de se repetir”, afirmou o autarca, sublinhando que as equipas de Proteção Civil e os serviços municipais estão “em total prontidão”.

 Chuva intensa e vento forte colocam distritos sob aviso laranja

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou os distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém sob aviso laranja, o segundo mais grave da escala, devido à previsão de chuva forte, trovoadas e rajadas de vento. O aviso manteve-se até às 21h desta terça-feira, mas novas frentes de instabilidade são esperadas já na madrugada de quarta-feira, afetando também Setúbal, Évora, Beja e Faro, entre as 03h00 e as 15h00.

De acordo com o IPMA, o padrão meteorológico resulta da passagem de uma depressão atlântica que está a deslocar-se lentamente sobre o território continental, trazendo massa de ar húmido e instável.

Nas próximas horas, é esperada a continuidade da precipitação intensa, especialmente nas regiões do litoral centro e sul, acompanhada por rajadas de vento que podem ultrapassar os 80 km/h nas zonas costeiras e mais expostas.

Lisboa condicionada: trânsito cortado e vias inundadas

Em Lisboa, o Túnel do Campo Pequeno foi temporariamente encerrado ao trânsito pelas 15h30, no sentido Entrecampos–Saldanha, devido à acumulação de águas pluviais. As equipas municipais procederam a trabalhos de desentupimento e drenagem, tendo a circulação sido reposta por volta das 18h30, informou Margarida Castro Martins, diretora municipal da Proteção Civil.

A autarca destacou a prontidão das equipas, mas lembrou que outros pontos críticos da cidade continuam vulneráveis em situações de chuva intensa. “Lisboa tem uma rede de drenagem antiga, e quando a precipitação é tão concentrada, há zonas onde o sistema não consegue responder de imediato”, explicou.

Fora da capital, os concelhos de Sintra e Mafra registaram diversas inundações, com ruas junto à estação da Malveira a ficarem totalmente submersas.

A sul do Tejo, os bombeiros de Almada e Alcochete responderam a dezenas de pedidos de auxílio, com vídeos e imagens a circular nas redes sociais mostrando avenidas alagadas, viaturas imobilizadas e águas a invadir lojas e garagens.

Proteção Civil em alerta máximo

O comandante Paulo Santos, da ANEPC, explicou que a situação está a ser acompanhada “minuto a minuto” e reforçou que, apesar do número elevado de ocorrências, não há vítimas mortais nem danos estruturais de grande dimensão até ao momento.

“A maioria dos incidentes tem a ver com inundações urbanas e quedas de árvores. As equipas estão no terreno, e as câmaras municipais têm planos de contingência ativados”, indicou o responsável.

A Proteção Civil recomenda à população que evite deslocações desnecessárias, especialmente em zonas ribeirinhas, túneis e passagens inferiores, e que mantenha os sistemas de escoamento limpos e desobstruídos.

Em caso de emergência, deve ser contactado o 112 ou os corpos de bombeiros locais.

Autoridades pedem prudência: “Evitar riscos desnecessários”

Os municípios de toda a região reforçaram o apelo à prudência. A Proteção Civil de Lisboa recordou que, durante episódios de chuva forte, os condutores devem reduzir a velocidade, aumentar a distância de segurança e evitar travagens bruscas.

O IPMA reforça ainda a possibilidade de acumulados de precipitação superiores a 40 mm em poucas horas, o que poderá causar cheias rápidas e deslizamentos de terra em zonas mais declivosas.

“Estamos a atravessar um outono meteorologicamente muito ativo. O mês de outubro tem registado valores de precipitação acima da média e prevê-se que novembro mantenha esta tendência”, adiantou fonte do instituto.

Contexto nacional: instabilidade estende-se a todo o país

Embora a região de Lisboa concentre a maioria dos incidentes, o mau tempo tem afetado várias regiões do país.

No centro e norte, as chuvas persistentes causaram pequenas inundações em Coimbra e Aveiro, enquanto no Alentejo e Algarve a previsão aponta para agravamento das condições meteorológicas já nas próximas horas.

Os serviços de emergência mantêm-se em alerta laranja nacional, preparados para eventuais situações críticas. As autoridades sublinham que a cooperação da população é essencial para evitar acidentes e minimizar danos.

Aviso final: mantenha-se atento às atualizações do IPMA e siga as instruções da Proteção Civil.

Evite circular em zonas alagadas, não atravesse cursos de água e tenha especial cuidado com a condução noturna sob chuva intensa.

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