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Militantes Abandonam o Partido Socialista em Protesto: “Chegou a Hora de Pôr as Pessoas em Primeiro Lugar”

Lisboa, 5 de Outubro de 2025 – O Partido Socialista atravessa um momento de tensão interna que se tem vindo a intensificar à medida que se aproximam as eleições autárquicas marcadas para 12 de Outubro. Nos últimos meses, têm-se multiplicado sinais de descontentamento por parte de numerosos militantes, alguns dos quais decidiram mesmo romper oficialmente com a estrutura partidária, manifestando discordância com as políticas e práticas seguidas pela actual liderança

A redacção do jornal ORegiões tem vindo a receber comunicações electrónicas de militantes que anunciam formalmente a sua saída do partido, revelando um sentimento de profunda frustração com o rumo adoptado pelo PS, tanto a nível nacional como local. Estas manifestações não surgem de elementos marginais à vida partidária, mas de membros com décadas de serviço e funções relevantes no seio das instituições públicas.

Apresentamos, a título ilustrativo, o testemunho integral de um militante histórico, com 35 anos de filiação no Partido Socialista, que exerceu funções como autarca em freguesias de Lisboa, deputado municipal durante oito anos, assessor de diversos autarcas e membros do Governo. Na sua comunicação, enviada a 5 de Outubro de 2025 ao Secretário-Geral do Partido Socialista, José Luís Carneiro, o ex-militante expõe as motivações da sua decisão:

“Hoje, dia 5 de Outubro, enviei uma missiva por correio electrónico ao Secretário-Geral do Partido Socialista, José Luís Carneiro, a solicitar a minha saída do Partido Socialista.

São inúmeras as razões, mas, acima de tudo, deixei de acreditar que o Partido Socialista seja, actualmente, o garante da liberdade, da solidariedade e da fraternidade. As direcções nacionais e locais (Lisboa), nos últimos anos, não têm respeitado estes princípios; pelo contrário, têm pactuado com tudo o que considero nefasto para a nossa vida social e política: corrupção, negociatas, nepotismo.

Foram 35 anos de militância no partido, além de cinco anos na Juventude Socialista. Fui autarca nas freguesias de São Jorge de Arroios e Penha de França, deputado municipal durante oito anos, adjunto de vereador por cinco anos, assessor de dois Presidentes de Câmara e de três Vereadores, bem como assessor no Governo entre 2005 e 2008.

Chegou o momento de colocar as pessoas em primeiro lugar, independentemente da sua filiação partidária.

Continuarei a identificar-me com os valores do socialismo democrático, numa ala moderada, mas sem qualquer filiação partidária. Permanecerei fiel aos princípios em que sempre acreditei e que continuo a defender: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.”

 

Este tipo de posicionamento público levanta sérias questões sobre o estado de coesão interna no seio do Partido Socialista. Em ambiente pré-eleitoral, onde se decide o futuro de centenas de autarquias por todo o país, o impacto de tais desvinculações poderá ser significativo, não apenas em termos de imagem pública, mas também na mobilização da base militante e no resultado final das urnas.

A direcção nacional do PS ainda não emitiu qualquer comentário oficial sobre estes casos de desfiliação, mas fontes próximas da estrutura partidária admitem, em privado, a existência de um “mal-estar acumulado” em algumas secções locais, especialmente nas grandes áreas urbanas.

Num momento em que os partidos políticos enfrentam um escrutínio cada vez mais exigente por parte da opinião pública, o afastamento de figuras com percurso reconhecido pode representar um sinal claro da necessidade de renovação e reaproximação com os eleitores.

Resta saber se o Partido Socialista conseguirá ultrapassar este momento de crise interna ou se os sinais de fragmentação se irão traduzir num resultado eleitoral adverso no próximo dia 12 de Outubro.

Nota legal: Este conteúdo respeita o princípio da liberdade de imprensa, encontra-se protegido pelo direito à informação e baseia-se em testemunhos voluntariamente partilhados com o jornal ORegiões. As opiniões expressas pelos ex-militantes são da sua inteira responsabilidade, sendo publicadas no legítimo exercício de cidadania e liberdade de expressão, conforme garantido pela Constituição da República Portuguesa.

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