CASTELO BRANCO – O Primeiro-Ministro e Presidente do PSD, Luís Montenegro, evitou responder diretamente às questões levantadas pelos jornalistas sobre os desenvolvimentos recentes no âmbito de uma investigação que tem marcado o debate político nas últimas horas. À entrada para um almoço-comício na Quinta da Dança, esta quarta-feira dia 8 de Outubro, em Castelo Branco, em apoio a José Augusto Alves – candidato da coligação “Sempre por Todos” (PSD/CDS-PP) à Câmara Municipal –, Montenegro reafirmou a sua posição: os esclarecimentos devem ser prestados diretamente ao Ministério Público, não à comunicação social.
Audio de Luís Montenegro:
“Tenho toda a compreensão pelo vosso trabalho, que respeito, mas a minha obrigação é prestar esclarecimentos ao Ministério Público. Não devo falar através da imprensa”, afirmou Montenegro, reagindo à pressão crescente de partidos e figuras políticas, como Mariana Mortágua, que classificou o caso como “uma maldição que está a pairar”.
O Primeiro-Ministro insistiu que mantém uma postura de “diligência e total disponibilidade” no processo, sublinhando que os contactos devem ser institucionais e processuais. “É suposto o Ministério Público falar comigo diretamente, tal como eu devo falar com o Ministério Público. Se todos os intervenientes respeitarem esse princípio, será possível promover o esclarecimento e a descoberta da verdade. É nisso que estou concentrado. Tudo o resto é luta política”, declarou.
Perante a insistência dos jornalistas quanto à alegada demora na entrega de documentos requeridos pela investigação, Montenegro reiterou: “A minha obrigação é responder no processo, com responsabilidade e sentido institucional. É isso que está a acontecer do meu lado e é assim que vai continuar.”
Apesar do foco nas questões judiciais, o líder social-democrata procurou recentrar a sua intervenção na campanha autárquica, destacando a candidatura de José Augusto Alves como “uma grande aposta” para devolver a liderança da autarquia ao centro-direita. “Queremos voltar a liderar a Câmara Municipal com um movimento abrangente, que junta partidos, independentes e pessoas da sociedade civil que querem dar um novo alento a Castelo Branco, um território muito importante para o país”, afirmou.
Montenegro lembrou ainda a importância das eleições autárquicas, sublinhando que os portugueses vão escolher 308 executivos municipais, as respetivas Assembleias Municipais e milhares de Juntas de Freguesia. “Como Presidente do PSD, a minha obrigação é garantir que colaboro com a justiça e que contribuo para um debate sério sobre o futuro dos nossos concelhos.”