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Morre Mário Martins, produtor que lançou Marco Paulo ou Jorge Palma

Faleceu esta Quinta-feira, 14 de Agosto de 2025, em Lisboa, o produtor discográfico Mário Martins, aos 90 anos. Figura decisiva no panorama musical português, lançou nomes como Marco Paulo, Carlos Paião, José Cid e Rui Veloso.

Mário Martins faleceu esta Quinta-feira, 14 de Agosto de 2025, numa unidade hospitalar em Lisboa, segundo fonte da Casa do Artista, onde residia. Tinha 90 anos.

Desde os anos sessenta que se destacou como produtor discográfico. Foi director artístico do departamento de Artistas e Reportório (A&R) da Valentim de Carvalho durante cerca de trinta anos. Desempenhou papel decisivo no lançamento e consolidação de nomes como Marco Paulo, Carlos Paião, José Cid e Rui Veloso.

José Cid recordou-o como figura «fulcral» na música portuguesa, afirmando que foi «incondicional» no apoio aos artistas, abrindo-lhe «os braços» na editora.

Nos finais dos anos setenta assinou o contrato histórico com António Variações, decisivo para a carreira do artista. Ligou-se ainda a grandes intérpretes como Amália Rodrigues, Simone de Oliveira e Frei Hermano da Câmara.

Produtor de êxitos marcantes, teve «o dedo» em temas como «Somos Livres» (Ermelinda Duarte), «Vinte Anos» (Green Windows) e o álbum «O Nazareno» de Frei Hermano da Câmara, que considerou a sua produção mais complexa e gratificante.

Vozes que lembram o legado

José Cid elogiou a coragem de Mário Martins ao valorizar a criatividade dos músicos, mesmo contra resistências editoriais, e destacou a sua cultura e inteligência marcante.

Herman José evocou-o como «o pai da carreira de Marco Paulo», lembrando que foi Mário Martins quem sugeriu o nome artístico ao cantor e lhe deu suporte decisivo nos primeiros passos.

Biografia pessoal e profissional

Nasceu em Lisboa, em 1934. Formou-se numa área comercial, tendo estudado na Escola Veiga Beirão. Começou a carreira após 1966, quando foi convidado por João Belchior Viegas para liderar a A&R da Valentim de Carvalho, marco na sua trajectória profissional.

Descobriu e apoiou Marco Paulo, Carlos Paião, António Variações (orientando-o para um estilo mais popular), Lara Li, Paco Bandeira, José Alberto Reis, entre outros. Produziu discos de Luís Goes, Fafá de Belém, Nuno da Câmara Pereira, Jorge Palma, Júlio Pereira, Alexandra, Maria Teresa de Noronha, Lucília do Carmo e grupos de fado, abrangendo géneros diversos.

Apresentou programas televisivos como «Fado Fadinho» (RTP, 1993), que lhe valeu um Prémio Bordalo, e coordenou a série de reedições «O Melhor dos Melhores» na Movieplay, em 1994.

Era conhecido pelo profissionalismo e pela formação cultural, mantendo relações de amizade com muitos artistas.

A morte de Mário Martins representa uma perda irreparável para a música portuguesa. O seu legado vive nas carreiras que ajudou a construir e nas melodias eternizadas por intérpretes que o devem.

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