Castelo Branco exige ação do Governo após atraso no pagamento de salários a trabalhadores do Centro de Contacto da Segurança Social
Chegou à redação do jornal ORegiões, através de nota de imprensa, uma carta enviada pelo Município de Castelo Branco ao Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, e à Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, com um alerta sério sobre a situação laboral no Centro de Contacto da Segurança Social localizado naquela cidade.
O documento, datado de 9 de outubro de 2025, expõe uma situação que o Município classifica como sendo de “grande gravidade”, envolvendo o consórcio responsável pela operação daquele centro — constituído pelas empresas Reditus e CTT. Segundo a carta, os trabalhadores não receberam atempadamente os vencimentos relativos ao mês de setembro, e, à data da comunicação, a 9 de outubro, o problema continuava por resolver.
A autarquia recorda que este não é um incidente isolado. Já em 2024 ocorreram atrasos semelhantes, embora esta seja a primeira vez que a regularização do pagamento ultrapassa tantos dias. A situação adquire contornos ainda mais preocupantes numa altura em que houve alteração na entidade gestora do centro, o que, de acordo com o Município, levanta “preocupações dentro da comunidade quanto à possibilidade de a nova entidade procurar furtar-se às suas responsabilidades”.
O centro de contacto em causa emprega cerca de 150 pessoas, situando-se numa região do interior do país, onde cada posto de trabalho tem um peso significativo na economia local e no tecido social. Os trabalhadores desempenham funções de apoio à Segurança Social, em regime de externalização, sendo considerados pela autarquia como prestadores de um serviço público essencial.
Na missiva dirigida ao Chefe do Governo, a Câmara Municipal de Castelo Branco reforça que, apesar da externalização do serviço, a República Portuguesa mantém responsabilidades para com os trabalhadores que o asseguram, e exige a “mais rápida resolução deste problema”. A autarquia sublinha que não se pode “deixar estas pessoas sem resposta”, realçando o seu contributo para o país, para o serviço público e para a estabilidade social da região.
Para além do Primeiro-Ministro, a carta foi igualmente enviada ao Gabinete da Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, a quem o Município solicita atenção e intervenção neste dossiê.
Esta tomada de posição demonstra a preocupação crescente das autoridades locais face à fragilidade dos vínculos laborais em serviços públicos externalizados, especialmente em regiões do interior, onde os impactos económicos e sociais destas situações são amplificados.
O Município de Castelo Branco termina a comunicação agradecendo, desde já, a atenção e colaboração dos destinatários, esperando medidas concretas e céleres para repor os direitos dos trabalhadores e garantir a continuidade do serviço público com dignidade e justiça laboral.