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Não tão Novo Testamento

A introdução ao Novo e ao Antigo Testamento oferece uma análise abrangente das bases e da evolução das tradições religiosas ocidentais. O Antigo Testamento estabelece os fundamentos da fé judaica com narrativas históricas e preceitos morais, enquanto o Novo Testamento redefine essas crenças com a figura de Jesus Cristo e sua nova aliança. Mais do que uma transição cronológica, essa mudança é teológica, promovendo continuidade e ruptura nas tradições, o que enriquece a compreensão da espiritualidade e da identidade cultural.

O problema está em que a maioria dos especialistas na análise dos documentos explicam que nem o texto é de quem o assina, muito menos é contemporâneo dos factos que diz apontar. Aliás, os Evangelhos e outros livros terão sido escritos até 400 anos depois da alegada existência de Cristo.

As diferenças teológicas entre os dois Testamentos são marcantes. O Antigo Testamento enfatiza a Lei e a aliança de Deus com Israel, focando-se na obediência e cumprimento de normas. Já o Novo Testamento apresenta a graça e o perdão como pilares centrais, com Jesus Cristo transcendendo a Lei e promovendo a reconciliação e o amor como princípios éticos. Enquanto o Antigo Testamento associa justiça ao castigo, o Novo enfatiza misericórdia e transformação pessoal, reflectindo uma espiritualidade mais inclusiva.

O impacto do Novo Testamento no Cristianismo moderno é multifacetado, influenciando teologia e práticas comunitárias. Ele molda a doutrina cristã e gera debates entre interpretações tradicionais e progressivas, destacando uma diversidade de crenças. Narrativas como a do Evangelho de S. João revelam a relevância das Escrituras para questões sociais e políticas, tanto no primeiro século quanto na actualidade. A interacção entre texto e contexto desafia os cristãos a reavaliar suas convicções diante de novas perspectivas.

A análise das Escrituras evidencia sua relevância contínua em debates éticos e espirituais, mostrando como moldam identidades culturais e políticas. O diálogo entre Antigo e Novo Testamento transcende o tempo, promovendo um confronto dinâmico que convida à reflexão crítica e à busca por uma compreensão mais ampla das narrativas bíblicas na contemporaneidade.

No entanto, os teólogos com Hans Kung e outros sabiam que estavam perante textos de dezenas, senão centenas de autores – e que nenhum deles terá acompanhado a vida de Jesus. Por isso toda a história contada na Bíblia, principalmente e dedicada ao cristianismo, é um texto eminentemente político, mitológico, com o objectivo de propaganda de um novo séquito do judaísmo tradicional. Mesmo acreditando na Epistolas de Paulo, as que se julgam mais recentes, percebe-se que a comunidade “cristã” não era uma. Eram dezenas, cada qual com a sua crença e com a sua forma distinta de culto. Só na Idade Média se resolveu, a mal e a martelo, tudo isto.

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Joao Vasco Almeida
Joao Vasco Almeida
Jornalista, autor, (pré-agricultor).

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