Quinta-feira,Outubro 16, 2025
20.6 C
Castelo Branco

- Publicidade -

NATO envia «poder de fogo» à Ucrânia mas Tomahawk é incógnita

O Secretário da Defesa dos Estados Unidos (EUA), Pete Hegseth, garante que o «poder de fogo» chega à Ucrânia através da Europa, mas a dúvida sobre os sofisticados mísseis Tomahawk persiste na reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) que se realiza hoje, 15/10/2025, em Bruxelas. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deverá pedir formalmente os mísseis a Donald Trump na próxima sexta-feira

A promessa de reforço militar para a Ucrânia, canalizada através dos parceiros europeus da NATO, ganha ímpeto na reunião de Ministros da Defesa em Bruxelas. O Secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou que a ajuda traduz-se em «poder de fogo», convergindo com o Secretário-Geral da NATO, Mark Rutte. Hegseth sublinhou que os «compromissos» europeus se transformarão «em breve» em «capacidades» militares no terreno para as forças ucranianas.

Europa Financia Armas Norte-Americanas

Este novo fluxo de armamento baseia-se na iniciativa Lista de Necessidades Prioritárias da Ucrânia (PURL), um mecanismo que já garantiu o compromisso de dois mil milhões de dólares para equipamento militar. Espera-se que os países da NATO reforcem este financiamento ainda hoje.

No topo da lista de desejos de Kyiv estão os mísseis de cruzeiro de longo alcance Tomahawk. A Ucrânia pretende que os países europeus possam adquirir estes mísseis, de fabrico norte-americano, sob a égide do PURL. Contudo, qualquer decisão de venda de Tomahawks depende unicamente do Presidente dos EUA, Donald Trump.

Volodymyr Zelensky voa para Washington na próxima sexta-feira para um encontro com o seu homólogo norte-americano na Casa Branca, onde se espera que o acesso aos Tomahawks seja o ponto central da discussão. Estes mísseis, com um alcance superior aos 190 milhas das armas ATACMS (Mísseis Tácticos do Exército Americano), permitiriam à Ucrânia atingir alvos em profundidade dentro da Federação Russa.

Mísseis Tomahawk no Limbo

Embora a possibilidade de fornecer Tomahawks tenha sido aventada publicamente por Trump como forma de pressionar Vladimir Putin, a questão foi remetida para negociações bilaterais e não consta da agenda da reunião de Defesa da NATO. Mark Rutte confirmou que este é um assunto «bilateral», afastando-o do âmbito de Bruxelas.

Entretanto, o apoio com drones está assegurado. O Reino Unido comprometeu-se a entregar 100 000 drones e os Países Baixos anunciaram 90 milhões de euros para a construção de veículos aéreos não-tripulados.

Escalada e Dissuasão Russa

O encontro da NATO é marcado também pela preocupação com as recentes incursões aéreas da Rússia. No mês passado, aviões da Aliança Atlântica abateram alegados drones russos sobre o espaço aéreo da Polónia.

O Ministro da Defesa do Reino Unido, John Healey, declarou em Bruxelas que a NATO agirá se for ameaçada, e que é necessário «enfrentar a escalada (de Putin) com a nossa força». Healey classificou as incursões como «imprudentes, perigosas e totalmente inaceitáveis», anunciando a manutenção da operação de aeronaves britânicas no espaço aéreo polaco até ao final do ano.

A Necessidade de Defesas Mais Eficazes

Apesar de orgulhoso por caças neerlandeses F-35 terem abatido drones Shahed sobre a Polónia, o Ministro da Defesa dos Países Baixos, Ruben Brekelmans, defendeu que a Europa precisa de soluções mais eficazes do que jactos de combate para dissuadir o adversário.

«Os F-35 não são a forma mais eficaz de abater drones e temos de encontrar formas muito mais eficazes de o fazer», alertou Brekelmans. O Ministro frisou que «a ameaça russa está a chegar cada vez mais ao território da NATO».

Em linha com a necessidade de maior capacidade ofensiva e defensiva, o Ministro da Defesa da Letónia, Andris Sprūds, afirmou que o armamento capaz de atingir alvos na Rússia é «crucial» para a auto-defesa da Ucrânia, especialmente face aos bombardeamentos russos a infraestruturas civis.

«É também isto que a NATO está absolutamente a projectar, que em qualquer circunstância, em qualquer cenário, também estaremos dispostos e seremos capazes de atingir com ataques profundos», disse Sprūds. O Ministro letão sugeriu que a capacidade de ataque em profundidade seria um factor importante de «defesa e dissuasão» ucranianas.

O Ministro da Defesa da Finlândia, Antti Hakkanen, concluiu o panorama de incerteza e ameaça, alertando que a Rússia continuará a representar um risco para a Europa mesmo após um eventual fim da guerra na Ucrânia. Hakkanen apontou a modernização militar russa e o aumento de tropas «perto das nossas fronteiras» como sinais de que Moscovo está a preparar as suas forças para uma «segunda fase da sua potencial agressão» e que «existem ameaças reais para a NATO após a guerra da Ucrânia».

- Publicidade -

Não perca esta e outras novidades! Subscreva a nossa newsletter e receba as notícias mais importantes da semana, nacionais e internacionais, diretamente no seu email. Fique sempre informado!

Partilhe nas redes sociais:

Destaques

- Publicidade -

Artigos do autor