Com a chegada de 2025, o horizonte político começa a se desenhar com a inevitabilidade das eleições autárquicas. O ano promete ser um campo de batalha de ideias, onde os discursos inflamados de promessas e críticas se entrelaçam numa dança de interesses que irá captar as atenções da Beira Baixa, e do país como um todo. Todos, sem exceção, têm algo a dizer: candidatos, partidos e movimentos que, como marionetes num palco de manipulação, pretendem dar a impressão de que, finalmente, farão as mudanças que tanto prometem, ou talvez, continuarão apenas a perpetuar o mesmo jogo
Em setembro, com a contagem dos votos – onde, como sempre, se ganha por um e perde por um – surgirá o vencedor que tomará as rédeas das câmaras municipais do país. No interior, na Beira Baixa, o cenário torna-se particularmente interessante. Entre as 11 câmaras, sete estão a viver o último mandato dos seus presidentes, enquanto outras quatro podem experimentar mudanças ou continuar com os mesmos rostos, se as urnas lhes forem favoráveis. Uma verdadeira roleta russa política, onde o que ontem parecia intocável, hoje pode ser descartado como uma peça de mobiliário antiquado.
Os descontentes terão o seu palco, assim como aqueles que consideram que os seus mandatos foram um sucesso. Num cenário onde as opiniões se multiplicam como cogumelos após a chuva, a verdade é que 2025 se apresenta como um ano de promessas renovadas. A promessa de mudança, de melhoria do que já foi feito e, quem sabe, de um futuro mais brilhante, recheado de realizações e bem-estar para todos. Nada, claro, que os políticos ainda não tenham dito nos últimos 20 anos, mas que nunca se concretizou, porque o retrocesso é uma arte que poucos reconhecem, mas muitos sabem praticar.
Fora do campo político local, o mundo aguarda o fim das guerras, como quem espera que a tempestade passe. O “bom senso” de que tanto se fala será finalmente suficiente para dar aos nossos líderes a capacidade de tomar decisões que evitem a catástrofe ambiental e climática iminente. Será que 2025 será o ano em que o mundo acorda do pesadelo em que vive? Ou será que a estupidez humana continuará a ditar o tom da história, com governantes e políticos mais preocupados com a sua reeleição do que com a sobrevivência do planeta?
Enquanto o futuro parece promissor, o ano de 2025 será também um campo fértil para mais um espetáculo de promessas que se perdem no vento, na habitual corrida pelo voto fácil, no discurso que cansa e no eterno jogo de interesses. Resta esperar para ver se, afinal, a boa vontade política e a mudança de mentalidade são mais do que palavras vazias, ou se 2025 será mais um ano perdido no longo caminho da política falhada.
Num tom mais leve, mas igualmente carregado de expectativas, OREGIÕES faz um balanço de 2024 e olha para 2025 com a esperança de que este seja um ano de crescimento. O nosso compromisso é o de continuar a informar, não apenas com notícias diárias, mas com crónicas e opiniões que alimentam a reflexão. A edição anual em papel já está distribuída e, como sempre, damos início a novos projetos, como o podcast e a ORegiões TV, para estarmos mais próximos dos nossos leitores e espectadores. Que 2025 seja, afinal, o ano do despertar. Não apenas para os políticos, mas para todos nós.