O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, marcou presença no funeral de Dinis Conceição, bombeiro de 38 anos que perdeu a vida após um despiste ocorrido em Odemira, no distrito de Beja, enquanto regressava ao quartel. A tragédia aconteceu na sequência de um acidente ocorrido no dia 1 de janeiro, quando a equipa de bombeiros se deslocava de regresso a casa após uma ocorrência. Durante o acidente, cinco bombeiros foram hospitalizados, sendo que dois continuam internados devido à gravidade dos ferimentos.
Marcelo Rebelo de Sousa, que se deslocou a Odemira no domingo para prestar as suas condolências, dirigiu palavras de apoio à família e aos bombeiros presentes, afirmando: “É muito difícil. Temos o Dinis no nosso pensamento. Ontem visitei o Mário, que ainda não sabe o que se passa. Vou agora visitar o Bruno. São uns heróis”, referindo-se aos colegas que continuam a lutar pela vida. Durante a sua visita ao cemitério Boavista dos Pinheiros, o chefe de Estado expressou a sua gratidão pela coragem dos bombeiros.
Após as cerimónias fúnebres, o Presidente da República não deixou de se aproximar de outro bombeiro ferido no acidente, que já recebeu alta hospitalar. Acompanhada de perto por Marcelo, esteve também a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, que participou na homenagem ao bombeiro falecido.
Antes de deixar Odemira, Marcelo Rebelo de Sousa dirigiu palavras de reconhecimento aos bombeiros que estavam presentes no local: “Estão do lado heroico da vida. Portugal está eternamente grato. São os melhores dos melhores. Os que dão a sua vida pela vida dos outros são os melhores dos melhores”. O Presidente destacou o valor e a dedicação dos bombeiros e expressou a sua convicção de que a missão do Dinis valeu a pena e que as ações dos bombeiros em Portugal são essenciais para a segurança de todos.
O despiste ocorrido na passada terça-feira levou à morte de Dinis Conceição, e deixou outros dois bombeiros internados: um encontra-se no Hospital de Portimão e o outro no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Os outros dois elementos da equipa já receberam alta hospitalar.
A Proteção Civil e a Guarda Nacional Republicana iniciaram uma investigação sobre as causas do acidente. O comandante dos Bombeiros de Odemira afirmou à agência Lusa que nunca foram registadas queixas de segurança em relação à viatura de combate a incêndios envolvida no despiste.
Em paralelo, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, sugeriu a criação de uma comissão técnica independente para investigar o acidente. A comunidade bombeira continua a mostrar o seu apoio à investigação, na esperança de esclarecer as causas desta tragédia e evitar que incidentes semelhantes voltem a acontecer.