Quarta-feira,Outubro 29, 2025
13.7 C
Castelo Branco

- Publicidade -

“Oppenheimer” e “Pobres Criaturas” vencem Globos de Ouro com derrota de “Barbie”

Os filmes “Oppenheimer” de Christopher Nolan e “Pobres Criaturas” de Yorgos Lanthimos, que inclui a fadista portuguesa Carminho, foram os grandes vencedores da 81ª edição dos Globos de Ouro, entregues na madrugada de segunda-feira em Los Angeles. A cerimónia também fez história ao premiar Lily Gladstone por “Assassinos da Lua das Flores”, a primeira indígena a receber o Globo de Ouro de Melhor Atriz

DR

“Oppenheimer” triunfou ao receber cinco das principais estatuetas nas categorias de cinema. Foi considerado o Melhor Filme Dramático, deu a Christopher Nolan o globo de Melhor Realizador, levou Cillian Murphy a obter o prémio de Melhor Ator, deu a Robert Downey Jr. o de Melhor Ator Secundário e ainda consagrou o compositor Ludwig Göransson com a Melhor Banda Sonora.

“É uma incrível obra-prima”, declarou Robert Downey Jr., que venceu uma categoria onde também estavam nomeados Robert De Niro, Ryan Gosling, Willem Dafoe, Charles Melton e Mark Ruffalo. O ator sublinhou o facto de o filme, que conta a história do criador da bomba atómica, ter chegado aos mil milhões de dólares (913,9 mil milhões de euros) em receitas de bilheteira.

Para Christopher Nolan, foi a primeira vitória depois de seis nomeações. O realizador recordou que a única vez que tinha estado naquele palco foi para receber o Globo de Ouro póstumo atribuído a Heath Ledger, uma tarefa dolorosa.

Trabalho de equipa

“Pensei que seria mais simples aceitar o prémio para mim”, afirmou, “mas aceito em nome de todos”, continuou, homenageando o trabalho de equipa que deu origem ao ‘blockbuster’ da Universal Pictures.

A sua mulher Emma Thomas, produtora do filme, também salientou a “incrível experiência” de colaboração neste título, que custou 180 milhões de dólares (164,5 milhões de euros).

“A primeira vez que entrei num cenário do Christopher Nolan soube que era diferente”, disse Cillian Murphy, protagonista e vencedor do Globo de Ouro de Melhor Ator, destacando “o nível de rigor e dedicação e a total ausência de cadeiras para os atores se sentarem”.

Murphy, nomeado pela segunda vez e vencedor pela primeira, apareceu em palco com batom no nariz e frisou o “incrível elenco” do filme, onde se incluem Emily Blunt, Florence Pugh e o também premiado Robert Downey Jr.

“A coisa bonita e vulnerável de ser ator é que não se pode fazer isto sozinho”, declarou.

Ludwig Göransson, vitorioso após quatro nomeações, disse que trabalhar com Christopher Nolan foi uma experiência incrível. “A forma como usa a música nos seus filmes e narrativas inspirou muita gente”, afirmou.

Na categoria de Melhor Filme Musical ou Comédia, o destaque foi “Pobres Criaturas” (e não “Barbie”, como muitos esperavam).

O Globo de Ouro vai … para Yorgos

O filme de Yorgos Lanthimos recebeu o Globo de Ouro de Melhor Filme e Emma Stone a estatueta de Melhor Atriz nesta categoria.

“Yorgos, estarei para sempre grata por nos termos conhecido”, disse Emma Stone ao receber o prémio. Este foi o quarto filme em que trabalharam juntos, havendo já um quinto em produção.

“Interpretar a Bella foi inacreditável”, disse Emma Stone, sobre a sua personagem nada convencional Bella Baxter.

“Vejo isto como uma comédia romântica, no sentido em que a Bella se apaixona pela própria vida, em vez de por uma pessoa”, afirmou a atriz. “Ela aceita o bom e o mau na mesma medida. Tudo é importante”, considerou. Stone disse que esta personagem mudou a sua perspetiva sobre a vida e que permanece com ela até hoje.

O realizador Yorgos Lanthimos, que aceitou o Globo de Ouro de Melhor Filme Musical ou Comédia, não só agradeceu aos atores e disse que Emma Stone “é a melhor” mas também aproveitou para dizer olá ao cantor Bruce Springsteen, que disse ser responsável por ter crescido como cresceu.

Outro filme que se destacou foi “Os Excluídos” de Alexander Payne, com estreia em Portugal a 15 de fevereiro.

Da’Vine Joy Randolph recebeu o Globo de Melhor Atriz Secundária pela interpretação de Mary Lamb neste filme e Paul Giamatti foi o Melhor Ator em Comédia.

Barbie, a derrotada…

Com duas estatuetas, mas uma sensação de derrota ficou “Barbie”, o maior ‘blockbuster’ de 2023. O título da Warner Bros. tinha nove nomeações, mais que “Oppenheimer”, mas só conquistou a categoria de Melhor Canção – uma vitória de Billie Eilish e Finneas O’Connell por “What Was I Made For” – e pela novíssima categoria de conquista cinemática e de bilheteira.

Este novo prémio deu à atriz Margot Robbie e à realizadora Greta Gerwig a oportunidade de subirem ao palco e dizerem algumas palavras de agradecimento. “Fizemos este filme com amor. Obrigada por retribuírem”, disse Robbie.

Destaque ainda para “Anatomia de uma Queda”, de Justine Triet, que venceu Melhor Argumento e Melhor Filme em Língua Estrangeira.

“Maestro” de Bradley Cooper, uma grande aposta Netflix, saiu de mãos a abanar.

Eis a lista de vencedores nas categorias de Cinema:

Melhor Realização – Christopher Nolan, “Oppenheimer”; Melhor Argumento – Justine Triet, “Anatomia de uma Queda”; Melhor Filme Dramático – “Oppenheimer”; Melhor Atriz em Filme Dramático – Lily Gladstone, “Assassinos da Lua das Flores”; Melhor Ator em Filme Dramático – Cillian Murphy, “Oppenheimer”; Melhor Ator Secundário em Filme – Robert Downey Jr., “Oppenheimer”; Melhor Atriz Secundária em Filme – Da’Vine Joy Randolph, “Os Excluídos”; Melhor Filme Musical ou Comédia – “Pobres Criaturas”; Melhor Ator em Filme musical ou comédia – Paul Giamatti, “Os Excluídos”; Melhor Atriz em Filme musical ou comédia – Emma Stone, “Pobres Criaturas”; Melhor Filme de Animação – “O Rapaz e a Garça” de Hayao Miyazaki; Melhor Filme de Língua Estrangeira – “Anatomia de uma Queda” (França); Melhor Canção – “What Was I Made For”, Billie Eilish e Finneas O’Connell para “Barbie”; Melhor Banda Sonora – Ludwig Göransson, “Oppenheimer”

India norte-americana ganha prémio de melhor actriz

Este ano, os Globos de Ouro fizeram história. Lily Gladstone tornou-se esta madrugada na primeira indígena a ser premiada com o Globo de Ouro de Melhor Atriz, pelo seu papel de Mollie Burkhart em “Assassinos da Lua das Flores”, um épico de Martin Scorsese.

“Não tenho palavras”, disse Gladstone em inglês, depois de abrir o seu discurso falando a língua indígena Blackfeet, da tribo com o mesmo nome a que a atriz pertence e em que cresceu, no estado norte-americano do Montana.

“Isto é histórico”, considerou, olhando para a estatueta. “Não pertence apenas a mim. Tenho-a na mão, tenho-a como todas as minhas lindas irmãs e mãe no filme”, continuou.

“Isto é para todos os miúdos das reservas, os miúdos urbanos, os miúdos nativos que têm um sonho, que estão a ver-se representados e a ver as nossas histórias contadas por nós nas nossas palavras, com aliados tremendos e tremenda confiança”, sublinhou.

Gladstone mostrou-se emocionada por poder falar um pouco da sua língua e por Martin Scorsese ter feito um filme em que a língua da nação Osage é respeitada. “Porque nesta indústria os atores nativos costumavam dizer as suas falas em inglês e depois os editores de som revertiam-nas de trás para a frente para fazer uma língua nativa”, afirmou.

A atriz agradeceu a Martin Scorsese, ao coprotagonista Leonardo DiCaprio e a Robert De Niro por serem aliados e agentes de mudança.

Aos 37 anos, Gladstone é um dos grandes trunfos de “Assassinos da Lua das Flores” para a temporada de prémios. O filme é uma adaptação do livro com o mesmo nome de David Grann que conta como a tribo indígena Osage, que ficou milionária depois de encontrar petróleo na sua reserva em Oklahoma, sofreu múltiplos assassinatos.

O filme é um original Apple TV+ e chegou à 81ª edição dos Globos de Ouro com sete nomeações, tendo conquistado apenas a estatueta para Lily Gladstone.

- Publicidade -

Não perca esta e outras novidades! Subscreva a nossa newsletter e receba as notícias mais importantes da semana, nacionais e internacionais, diretamente no seu email. Fique sempre informado!

Partilhe nas redes sociais:

Destaques

- Publicidade -

Artigos do autor