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Os Fabulosos Marretas

Em 1936, neste dia, nascia o genial Jim Hanson. OK, não o conhecemos pelo nome, mas pelas suas maravilhosas criações: “Os Marretas”, bonecos de peluche que ganharam vida e nos têm acompanhado a vida toda. Também ele foi responsável pela magnífica “Rua Sésamo” e ainda uma meia dúzia de invenções, onde até o David Bowie entrou.

Jim acabaria por falecer aos 53 anos, a 16 de Maio de 1990, com uma maldita pneumonia, que é daquelas doenças ronhosas e que quem muito trabalha vai adiando a cura. Mas Jim, homem de imaginação e génio, deixou-nos criações tão fabulosas como o sapo Cocas ou o Monstro das Bolachas, entre outros memoráveis, como a Miss Piggy ou mesmo o cozinheiro sueco e sua música “du, bidu bidu”, um clássico da música erudita.

Informações recolhidas pel’O Regiões de fontes mais ou menos seguras e que dizem por telefone que sabem muito pouco – e que não verificámos porque tínhamos a sopa ao lume – mandaram um papel com algumas criações de Jim Hanson apenas conhecidas muito depois e, alegadamente, sem crédito.

A mais insistente e que se manteve durante anos a fio em cena foi Aníbal C. Silva, um boneco muito hirto e de boca pequena, sem muito pelo, que era controlado por outros bonecos. Conhecido como “o pau”, entre os bonequeiros, Aníbal precisava constantemente de mudar o feltro à volta da boca, porque acumulava saliva nos cantos labiais – estragava o tecido, que ia apodrecendo.

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Nos magníficos estúdios secretos de Hanson nas margens do Rio Torto, os desperdícios de Aníbal iam para o conhecido “Anão da Pasta”, a quem puseram um nome todo pomposo: Marques de Mendes. Este era controlado, a princípio, apenas por um arame e, depois, por um bonequeiro, o senhor Francisco, que se ria tanto ao ver o marreta sempre a carregar a pasta do Aníbal, que teve de ser substituído pela mulher.

As criações não pararam, apesar da morte de Jim. Mais tarde fizeram, mandavam os tempos, um grande boneco ecologista, que só tinha parte da frente, mas continha uma inovação: contava com duas caras. Uma era a simpática, outra a de um animal feroz. E bolsos. Pela primeira vez a Hanson fazia um marreta com bolsos. Chamaram-lhe Platão mas houve alguém que sugeriu que Platão apenas escrevia o que Sócrates dizia. E assim ficou. Por uso de tecido de cânhamo, ainda proibido, o boneco foi detido no Hospital das Bonecas. Há quem diga que ao passar ao largo ainda se ouvem sons da segunda cara.

Talvez uma das mais marcantes criações, das costureiras e designers dos estúdios Hanson tenha sido o par Statler e Waldorf, sempre presentes nos programas – dois críticos idosos, com lugar no camarote, rindo e fazendo troça da companhia de teatro. Os seus nomes inspiraram-se em hotéis luxuosos na Nova Iorque dos anos 70. Reformados das lides, mas não encostados à boxe, foram acrescentados. Waldorf levou mais barba e cabelo branco e passaram a dar-lhe nome de “Pacheco”, para um programa da CNN Portugal, onde ainda hoje, sem bonequeiro nenhum, participa a esmo num debate. E guarda coisas velhas.

Já Statle foi emagrecido na sua sumaúma e, bem posto, manipulado por cerca de duzentos bonequeiros, sendo o chefe um tal de Salgado, chegou a Presidente de um país de bonecos.

Em memória do génio Jim Hanson, façamos uma vénia. E, já agora, olhe para os seus pés, anquinha, e veja lá se tem um bonequeiro que lhe tenha metido a mão no sim-senhor. Nunca se sabe…

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Joao Vasco Almeida
Joao Vasco Almeida
Jornalista, autor, (pré-agricultor).

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