Descoberta inédita pode revelar novos detalhes sobre a evolução dos dinossauros carnívoros e sua ligação com as aves modernas
Na Patagônia argentina, uma equipe de três paleontólogos fez uma descoberta que surpreendeu a comunidade científica neste mês de outubro: um ovo de dinossauro com mais de 70 milhões de anos, preservado em perfeito estado de conservação. O achado, transmitido ao vivo nas redes sociais, pode representar o primeiro registro desse tipo na América do Sul.
De acordo com os pesquisadores, o ovo pertence, possivelmente, a um dinossauro terópode ou ornitópode. A equipe também encontrou outros ovos e fragmentos fossilizados, indicando a existência de um ninho completo.
“Este é, muito provavelmente, o primeiro achado desse tipo na América do Sul”, declarou a equipe nas redes. “Como podem ver, este fóssil tem mais de 70 milhões de anos — e não estava sozinho: encontramos um ninho inteiro.”
O paleontólogo Gonzalo Leonel Muñoz, técnico do Laboratório de Anatomia Comparada e Evolução de Vertebrados (LACEV) do Museu Argentino de Ciências Naturais Bernardo Rivadavia, explicou em entrevista à National Geographic que a Patagônia é uma das regiões mais ricas do mundo em depósitos fósseis. “Não é incomum encontrar vestígios de dinossauros, mas a preservação desse ovo é algo realmente notável”, afirmou.
O material será enviado ao Museu Argentino de Ciências Naturais, onde passará por análises detalhadas. Segundo o pesquisador Federico Agnolín, há esperança de que o ovo contenha um embrião fossilizado, o que poderia marcar um avanço histórico nos estudos sobre o desenvolvimento e a reprodução dos dinossauros.
“Se houver um embrião no interior, isso pode mudar nossa compreensão sobre a incubação e o comportamento reprodutivo desses animais”, explicou Agnolín.
A expedição — batizada de “Expedição Cretácea I” — também revelou dentes de mamíferos e vértebras de serpentes, sugerindo que o local pode ter sido uma antiga área de nidificação durante o período Cretáceo.
Um vídeo divulgado nas redes mostra o momento em que Agnolín encontra o ovo fossilizado e reage com entusiasmo. Nas imagens, é possível ver fragmentos de outros ovos ao redor, reforçando a hipótese de um ninho completo.
A descoberta reforça a importância da Patagônia como um dos principais polos paleontológicos do planeta e abre novas possibilidades para compreender as ligações evolutivas entre dinossauros e aves modernas.








