Segunda-feira,Setembro 22, 2025
9.8 C
Castelo Branco

- Publicidade -

Pacote laboral é um ataque brutal: é para rejeitar tudo”, afirma Raimundo em manifestação histórica

Matilde Fieschido PCP, classificou o pacote laboral como um “ataque brutal” aos trabalhadores e apelou ao seu total repúdio. A manifestação, convocada pela CGTP, reuniu milhares de pessoas numa marcha que desceu a Avenida da Liberdade, ao som de bombos e palavras de ordem

“Este pacote não tem ponta por onde se lhe pegue. É para rejeitar tudo. Os trabalhadores não precisam de mais pressão sobre as suas vidas. Precisam de salários mais altos, estabilidade, tempo para viver e mais direitos. Nada disso está neste pacote laboral”, declarou Paulo Raimundo perante os jornalistas.

"Pacote laboral é um ataque brutal: é para rejeitar tudo", afirma Raimundo em manifestação histórica
Foto: Luís Guerreiro – Paulo Raimundo, O secretário-geral do PCP defendeu este sábado que as alterações à legislação laboral propostas pelo Governo “não têm ponta por onde se pegue” e é “para rejeitar tudo”

O líder comunista apontou ainda que as medidas em causa introduzem mais precariedade, maior desregulação dos horários e facilitam o despedimento sem justa causa, considerando que representam um retrocesso grave nos direitos laborais conquistados.

Governo acusado de ceder aos interesses do patronato

Paulo Raimundo acusou o Governo de seguir uma agenda alinhada com os interesses do patronato e dos partidos da direita.

“Estas propostas são o sonho do patronato e do grande capital. Quem dá a voz é o Governo, mas os objectivos são comuns a quem sustenta esta política — Chega, Iniciativa Liberal e outros que se alinham com o ataque aos direitos de quem trabalha”, afirmou.

Em relação ao direito à greve, Raimundo alertou para uma tentativa de esvaziamento desse instrumento de luta:

“O Governo diz que o direito à greve se mantém, mas os trabalhadores não o podem exercer. É um ataque à liberdade sindical, à organização e à capacidade de luta”.

CGTP fala em “assalto aos direitos” e promete continuar a luta

Do lado da CGTP, a mensagem foi igualmente clara e combativa. Tiago Oliveira, secretário-geral da central sindical, discursou perante os manifestantes já na zona dos Restauradores, classificando a proposta como um “autêntico assalto aos direitos dos trabalhadores”, incluindo ao direito à greve.

“Não se trata de discutir o artigo A ou B. Trata-se de um pacote laboral que representa um retrocesso civilizacional. O que está em cima da mesa é negociar com base numa proposta ainda pior do que a actual legislação”, declarou.

Oliveira reiterou que “todas as formas de luta estão em cima da mesa” e deixou avisos ao Governo:

“Hoje demos um primeiro sinal. Exigimos que este pacote seja retirado. E uma coisa é certa: a luta vai continuar. A luta é o caminho”.

Reivindicações claras: salários, horários e dignidade

Entre os manifestantes, o ambiente foi de firmeza e indignação. Muitos empunhavam cartazes com mensagens como “35 horas para todos”, “não ao pacote laboral” e “por uma vida digna”. A CGTP reivindica:

Aumento geral dos salários em pelo menos 15%, com um mínimo de 150 euros por trabalhador;

Fixação do Salário Mínimo Nacional nos 1.050 euros já em Janeiro de 2026;

Redução do tempo de trabalho para as 35 horas semanais para todos.

Uma mobilização nacional

A marcha contou com a presença de trabalhadores de todos os setores e regiões do país. Crianças, jovens, idosos e pessoas com mobilidade reduzida juntaram-se num protesto marcado por palavras de ordem e cânticos. O percurso iniciou-se na Praça Marquês de Pombal e percorreu a Avenida da Liberdade até aos Restauradores.

A mobilização, descrita como um “grande momento de luta” por Tiago Oliveira, deixa antever um Outono marcado por protestos e resistência sindical.

- Publicidade -

Não perca esta e outras novidades! Subscreva a nossa newsletter e receba as notícias mais importantes da semana, nacionais e internacionais, diretamente no seu email. Fique sempre informado!

Partilhe nas redes sociais:

Destaques

- Publicidade -

Artigos do autor