Portugal enfrenta, hoje, a falta de três aviões Canadair essenciais ao combate a incêndios rurais, segundo confirmou fonte oficial da protecção civil, com impacto directo na resposta aérea. A Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) confirmou que as três aeronaves do tipo operadas no país estão inoperacionais, segundo reportou a Lusa.
Dois desses aparelhos, integrados no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR), deixaram de estar operacionais recentemente. O terceiro, reservado como substituto imediato em caso de avaria, também se encontra indisponível, prejudicando a capacidade de resposta aérea.
Funcionamento dos Canadair
Os Canadair destacam-se pela capacidade de recolher grande volume de água em lagos ou barragens, permitindo atacar focos de grandes dimensões com rapidez. Portanto, a ausência destas aeronaves nesta época crítica representa um grave
enfraquecimento da estratégia contra fogos extensos e violentos, em especial no interior do país e zonas costeiras mais vulneráveis.
Respostas e lacunas
A ANEPC não especificou a causa da indisponibilidade dos aparelhos, nem avançou com qualquer prazo para o regresso à actividade. Assim, espera-se que as autoridades revelem pormenores técnicos, tal como os estados de manutenção ou eventuais avarias, a fim de restabelecer estas capacidades. Contactos com fontes governamentais complementares ainda não aclararam se existem soluções alternativas, como apoio internacional ou aluguer de aeronaves civis ou militares.
Durante os primeiros quinze dias de Agosto de 2025, a protecção civil continuou a operar com meios aéreos reduzidos, o que elevou a pressão sobre os aparelhos terrestres. Dados não oficiais apontam a mobilização de helicópteros civis e de unidades militares da Força Aérea como “frente complementar”, segundo fontes ainda não publicadas por agências como a Lusa. Além disso, registo-se um aumento do recurso a drones para vigilância e detecção precoce de focos, técnica já usada em 2023 com êxito parcial nas serranias do norte.
Em paralelo, fontes policiais relataram que os atrasos na manutenção dos aparelhos se devem a dificuldades logísticas, nomeadamente atrasos na entrega de peças no estrangeiro e falta de técnicos especializados. Contudo, técnicos do Ministério da Administração Interna garantiram que «está em curso um plano de revitalização», com previsão de dois Canadair em condições de voo em meados de Setembro.
Essencial
Este reforço mostra-se essencial sobretudo para zonas como Trás-os-Montes e Beira Interior, onde o calor extremo e os ventos secos criam chamas de rápida propagação. Por conseguinte, a reactivação dos meios aéreos representa uma esperança concreta de reforçar a resposta nacional, ainda que o país continue, por ora, a operar com recursos limitados e dependente de apoios pontuais externos.
Em conclusão, a ausência de Canadair em Portugal nesta fase aguda da época de incêndios reduz severamente as respostas aéreas. Este facto sublinha a urgência de restabelecer a prontidão das aeronaves e assegurar meios complementares, especialmente numa altura em que o país enfrenta o calor e o risco elevado de ignições.