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Pedir uma “bica” vai ficar mais caro nos próximos meses

Os preços do café não param de subir. Depois de dois anos consecutivos em alta, o arranque de 2025 mostra que a tendência é para prosseguir, com ambas as variedades – arábica e robusta – a negociarem em máximos históricos. E não há volta a dar: a “bica” vai mesmo ficar mais cara

Os preços do café continuam a subir, mantendo uma tendência de alta que já dura dois anos. Tanto a variedade arábica quanto a robusta atingiram máximos históricos nos mercados internacionais, refletindo-se diretamente no custo da tradicional “bica”.

O arábica alcançou um novo recorde de 4,07 dólares por libra-peso no mercado de Nova Iorque, enquanto o robusta ultrapassou os valores históricos de 1979, sendo negociado a 5.840 dólares por tonelada no mercado londrino.

O cenário de aumento dos preços deve-se a uma combinação de fatores, incluindo mudanças climáticas, quebra nas colheitas e disrupções logísticas, como revela o ‘Negócios’. O Brasil e o Vietname, os maiores produtores mundiais, enfrentam períodos prolongados de seca, reduzindo significativamente a oferta de café.

Além disso, as novas regulamentações da União Europeia e tensões comerciais que envolvem os EUA e a Colômbia estão a agravar a incerteza no mercado.

A escalada nos preços já impacta torrefatores e consumidores, sem sinais de alívio a curto prazo. O contrato futuro do arábica subiu 27% desde o início do ano, enquanto o robusta valorizou 14%, dando continuidade a um forte movimento de alta registado em 2024.

Segundo especialistas, muitos produtores estão a segurar a sua produção para aproveitar a valorização do grão, o que contribui ainda mais para a inflação no setor.

As alterações climáticas, o desinvestimento nas instalações de cultivos nos principais países produtores, a mudança dos padrões de consumo, com mais bebidas à base de café, e um mercado a crescer e a ser cada vez mais procurado pela Ásia e o Médio Oriente, fazem com que exista uma oferta mais baixa do que a procura.

Em declarações ao Negócios, o CEO da ActivTrades Europe diz que “as colheitas abaixo das espectativas no Brasil, devido ao mau tempo, que também tem afetado outros países da região, como a Colômbia”, também tem contribuído para o aumento do preço do café.

“A redução dos stocks disponíveis para exportação por parte de outros grandes produtores, como o Vietname e Índia, tem agravado a situação”, afirma Ricardo Evangelista.

Outro fator que pode contribuir para o aumento dos preços é a ameaça de impor tarifas alfandegárias à Colômbia, o terceiro maior produtor mundial de café e o segundo maior fornecedor da América.

O Presidente dos Estados Unidos ameaçou impor tarifas extra de 25% à importação de produtos colombianos caso o país não autorizasse a entrada de aviões dos EUA com deportados. O Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, acabou por autorizar a entrada dos aviões, contudo Trump já avisou que as sanções podem ser implementadas a qualquer momento.

Mas uma coisa é certa, quer tome café em casa ou na rua, terá de se preparar para pagar mais.

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