A TAP está a ser esta terça-feira alvo de buscas no âmbito de um inquérito à indemnização paga a uma ex-administradora da companhia aérea, anunciou o Ministério Público. Há também buscas a um escritório de advogados, o assessor jurídico da companhia na altura para questões laborais era a SRS Advogados. Em causa estão suspeitas da prática de crimes de administração danosa, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, participação económica em negócio e abuso de poder na indemnização de 500 mil euros a Alexandra Reis. A PJ quer aceder aos emails do então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que não será suspeito no caso, pelo menos para já.
A TAP está esta terça-feira a ser alvo de buscas no âmbito de um inquérito à indemnização de 500 mil euros paga a uma ex-administradora da companhia aérea. “No âmbito de inquérito dirigido pelo DIAP de Lisboa, no qual se investigam factos relacionados com a atribuição de indemnização aquando da renúncia de uma vogal e membro do Conselho de Administração e Comissão Executiva da TAP, realizam-se, esta terça-feira, buscas nas instalações da companhia aérea e de um escritório de advogados em Lisboa, bem como pesquisas em equipamentos informáticos da Secretaria-Geral do Governo”, refere, numa nota, a Procuradoria da República da Comarca de Lisboa.
As buscas abrangem ainda um escritório de advogados em Lisboa e “pesquisas em equipamentos informáticos da Secretaria-Geral do Governo”, refere, numa nota, a Procuradoria da República da Comarca de Lisboa.
As buscas decorreram na SRS, Sociedade Rebelo de Sousa, empresa que representou a TAP no caso da elaboração do contrato de rescisão da Alexandra Reis.
“Em causa está a investigação do processo de atribuição por, parte da TAP, de uma indemnização de 500 mil euros a uma vogal e membro do Conselho de Administração e Comissão Executiva da companhia aérea, na sequência da sua cessação de funções, existindo fortes indícios de que foram violadas diversas disposições legais”, confirma a Polícia Judiciária, em comunicado.
Em causa estão suspeita da prática de crimes de administração danosa, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, participação económica em negócio e abuso de poder.
As diligências têm em vista a apreensão de documentação. As buscas são presididas por procuradores da República e juiz de instrução. Nas diligências da PJ participam 20 inspetores e especialistas de polícia cientifica, bem como procuradores da República e um juiz de instrução.
Na altura, era Pedro Nuno Santos o ministro responsável pela área. A PJ pediu conteúdo dos emails de Pedro Nuno Santos. No entanto, a RTP apurou que o antigo ministro não está a ser investigado.
Em 2022, a TAP esteve envolvida numa polémica devido ao pagamento de uma indemnização de 500 mil euros à então administradora Alexandra Reis pela sua saída da companhia.
Em 31 de maio de 2023 a gestora assegurou ter devolvido nesse dia à empresa 266.412,76 euros, “o montante líquido global indicado pela TAP”.
A TAP garantiu hoje que colabora com as autoridades em todas as investigações e rejeitou comentar processos judiciais, após o Ministério Público ter anunciado buscas na companhia aérea, relacionadas com a indemnização à antiga administradora Alexandra Reis.
“A TAP não comenta processos judiciais e colabora sempre com as autoridades em todas e quaisquer investigações”, reagiu a companhia aérea.