A Polícia Judiciária (PJ) procedeu, no dia de hoje e no âmbito de inquérito titulado pelo DIAP de Sintra, à realização de uma operação policial visando a execução de trinta e dois mandados de busca, designadamente, oito buscas domiciliárias e vinte e quatro buscas não domiciliárias, informou a autoridade em comunicado.
A PJ noticiou ainda que, “durante a ação policial que se desenvolveu em Lisboa, Sintra, Cascais, Oeiras, Amadora, Santo Tirso, Porto, Matosinhos e Funchal, procedeu-se ainda ao cumprimento de quatro mandados de detenção fora de flagrante delito e à constituição de dez arguidos”.
A operação visou a recolha de elementos probatórios complementares e relacionados com suspeitas de atividades criminosas fortemente indiciadoras da prática dos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, insolvência dolosa agravada, burla qualificada e falsificação ou contrafação de documentos.
Para a concretização deste objetivo, além das buscas domiciliárias, “foram realizadas seis buscas em empresas com atividade no domínio da Comunicação Social, quatro em Sociedades/Gabinetes de Revisores Oficiais de Conta e uma em escritório de Advogado”, sublinhou a PJ.
A operação em causa, designada «Última Edição», contou com a colaboração de diversas Unidades Nacionais, DLVT, Departamento de Investigação Criminal da Madeira e, ainda, com o apoio pericial da Unidade de Perícia Tecnológica e Informática e da Unidade de Perícia Financeira e Contabilística, da Polícia Judiciária, integrando mais de uma centena de investigadores criminais e peritos, para além de Magistrados Judiciais e do Ministério Público.
Em causa está uma investigação criminal cujo objeto visa um plano criminoso traçado para, entre o mais, ocultar a dissipação de património, através da adulteração de elementos contabilísticos de diversas empresas, em claro prejuízo de diversos credores, v.g., os trabalhadores, fornecedores e o Estado, estando reconhecidos créditos num valor total de cerca de cem milhões de euros.
Acresce a forte indiciação do desvio de valores com origem nas estruturas societárias, para fora do território nacional, num montante global que ascenderá a largas dezenas de milhares de euros.
Os detidos serão presentes no Tribunal de Instrução Criminal de Sintra, para realização do primeiro interrogatório judicial de arguidos detidos.