A Polónia iniciou, a 1 de janeiro de 2025, a presidência rotativa do Conselho da União Europeia (UE), sucedendo à Hungria e marcando a segunda vez que o país assume este cargo. O foco da presidência polaca será a segurança do bloco europeu, especialmente num contexto global marcado por crescentes incertezas e desafios geopolíticos, em particular devido aos conflitos militares em curso.
A presidência polaca tem como principal objetivo reforçar a defesa dos 27 Estados-membros da União Europeia. Com as tensões exacerbadas pela guerra na Ucrânia, iniciada com a invasão russa, e pela instabilidade no Médio Oriente, Varsóvia compromete-se a liderar os esforços europeus para garantir a proteção das suas fronteiras, cidadãos e valores. A Polónia, que partilha uma extensa fronteira com a Ucrânia, tem estado na linha da frente do apoio ao país vizinho, especialmente em face dos ataques russos. Neste contexto, a presidência polaca sublinha que a agressão de Moscovo à Ucrânia não é apenas uma ameaça à segurança europeia, mas também um ataque aos princípios fundamentais da União Europeia.
Sob o lema “Segurança, Europa!”, o governo polaco destaca as várias dimensões de segurança que exigem atenção, incluindo a segurança externa, interna, informativa, económica, energética, alimentar e sanitária. Para Varsóvia, a guerra em curso na Ucrânia é uma batalha pela preservação dos valores da democracia, liberdade e respeito pelos direitos humanos, valores esses que a UE tem como pilar essencial.
A Polónia aproveitará também este período para influenciar as prioridades da União Europeia para o próximo ciclo institucional, que se estende até 2029. A presidência rotativa coincide com o início de novos mandatos nas principais instituições da União, nomeadamente a Comissão Europeia, presidida por Ursula von der Leyen, e o Conselho Europeu, sob a liderança de António Costa. A Polónia vê este momento como uma oportunidade para estabelecer novos objetivos e propor soluções que garantirão uma Europa mais segura e próspera para as gerações futuras.
Entre as prioridades da presidência polaca destacam-se temas como a defesa e a segurança, a proteção dos cidadãos e das fronteiras, a resistência à interferência externa e à desinformação, bem como a promoção de uma economia livre e resiliente. O país também se compromete a promover a transição energética e a apoiar a agricultura competitiva e sustentável, além de focar na segurança sanitária, com medidas para lidar com crises globais de saúde.
No que diz respeito à questão do Estado de direito, a Polónia pretende continuar a colocar este tema na agenda da UE. Embora o país tenha enfrentado processos por desrespeito à independência judicial, o atual governo, liderado por Donald Tusk, procurará afastar as tensões políticas internas e reafirmar o compromisso da Polónia com os princípios fundamentais da União Europeia.
Durante o semestre de presidência polaca, estão previstas cerca de 300 reuniões oficiais em 24 cidades do país, com Varsóvia como principal centro de atividades. A presidência polaca será seguida, no segundo semestre de 2025, pela Dinamarca, que assumirá a liderança do Conselho da União Europeia.
Este novo ciclo de liderança da Polónia não só reflete a crescente importância do país no cenário europeu, mas também a determinação em enfrentar os desafios que marcam o presente e que moldarão o futuro da União Europeia.